Mauro diz que Bolsonaro ‘fez cagada’ ao leiloar parque e vê ‘forças ocultas’ agindo contra MT

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O governador Mauro Mendes (União) afirmou nesta segunda-feira, 3 de março, que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez “cagada” ao conceder o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães à iniciativa privada. Mauro ainda afirmou que “alguma coisa cheira mal” no processo, pois a mesma empresa teria vencido leilões para administrar vários outros parques em outras regiões do país.

O leilão do Parque de Chapada foi realizado no dia 22 de dezembro, no apagar das luzes do governo Bolsonaro, e teve como vencedor a empresa Parques Fundos de Investimento em Participações e Infraestrutura (Parquetur). O governo de Mato Grosso chegou a participar da licitação, por meio da MT Par, mas foi desclassificado no dia do leilão devido a problemas na documentação.

A vencedora do leilão ofereceu outorga de R$ 1 milhão e investir R$ 18 milhões na infraestrutura turística ao longo de 30 anos. O valor é considerado ‘pífio’ pelo governador, especialmente pelo fato de que a empresa poderá cobrar até R$ 100 de ingresso por pessoa, após 4 anos de concessão.

“Falei ao presidente Lula: ‘isso foi uma cagada que o presidente Bolsonaro fez, não é possível que o senhor não vai desfazer isso’. A mesma empresa está ganhando todos os parques no Brasil. Isso não cheira mal? […] Eu tô nessa saga aí, tentando pegar o parque para fazer os investimentos e não precisar cobrar do trabalhador, das pessoas, um valor tão absurdo quanto esse”, disse o governador, em entrevista à Rádio Cultura FM.

O governo articula na esfera política para que o leilão seja cancelado. Em conversas com ministros, e com o próprio Lula, Mauro se disponibilizou a investir R$ 200 milhões na infraestrutura turística do Parque de Chapada nos próximos quatro anos. Além disso, o governador afirma que pretende manter a gratuidade nas visitações ao parque.

Enquanto não consegue retorno das investidas políticas, o governo recorreu à Justiça Federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU) na tentativa de reverter a desclassificação da MT Par na licitação.

“Nós estamos aguardando. O problema é que tem sempre forças ocultas que não jogam a favor de Mato Grosso. Esse que é o problema”, concluiu. (Estadão de MT)