Paccola chama de “insanidade” acusação do MP de que ele matou Japão por promoção política

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O vereador tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos) classificou como “insanidade” a manifestação do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) que afirmou, em denúncia, que o parlamentar assassinou o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, conhecido como “Japão”, com o intuito de se promover politicamente.

O MP denunciou o vereador na quinta-feira (28), pelo crime de homicídio qualificado de Japão. No entendimento da entidade, o parlamentar agiu por motivo torpe na intenção de projetar sua imagem.

Paccola, que é pré-candidato a deputado, argumenta que a alegação do MP beira a insanidade porque, segundo ele, o resultado da intervenção de uma situação em que uma pessoa está armada, poderia ter sido outro. O vereador manteve o nome na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa, nas eleições deste ano.

“Eu acho que beira a insanidade a colocação do Ministério Público. Para que eu iria me envolver ou me expor e passar por tudo que eu estou passando para me promover politicamente. Isso chega a ser insanidade a alegação do Ministério Público pensar que alguém cogitasse a intervir em uma situação de pessoa armada, que é completamente incerto, onde você nunca sabe o resultado final”, afirmou.

“Mas eu vejo que isso é reflexo da pressão popular, da mídia e o Ministério Público está fazendo o papel dele que é de acusação, ele precisa se fundamentar. As testemunhas todas alinham com o que foi dito e com o que está dentro do vídeo e eles estão fazendo a parte deles, respeito e agora estaremos na instrução processual demonstrando a nossa atuação junto ali na legítima defesa”, acrescentou.

Questionado se estaria arrependido de ter tomado a decisão que tomou, resultando na morte de Alexandre, Paccola disse apenas que segue entristecido.

“Eu estou entristecido e enlutado. É um colega que assim como eu deveria cumprir a lei. Os índices de alcoolemia apresentados por ele, quase beiram o coma alcoólico, ele estava extremamente embriagado, portanto uma arma de fogo, então, vejo que foi uma fatalidade, enlutado pela família e pelos colegas”, declarou vereador.

Afastamento rejeitado

Na manhã desta terça-feira (02), a Câmara Municipal de Cuiabá negou por maioria dos votos, o pedido de afastamento imediato de Paccola protocolado pela vereadora Edna Sampaio (PT).

Entretanto, a Comissão de Ética da Casa recebeu o inquérito da Polícia Civil e dará início ao processo de cassação dele, por quebra de decoro parlamentar. O prazo máximo para conclusão dos trabalhos é de até 90 dias.

Virou réu

O juiz Flávio Miraglia Fernandes, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, acatou a denúncia feita pelo Ministério Público e tornou réu o vereador pela morte do agente socioeducativo.

Além de acatar a denúncia, o magistrado ainda determinou medida cautelar, suspendendo o porte de arma do vereador, ‘com fulcro nas características do crime e na prevenção da ocorrência de novos fatos similares’.

De acordo com o Código Penal Brasileiro, o crime de homicídio qualificado prevê pena de reclusão que pode variar de 12 a 30 anos.

Fonte: Repórter MT