Dois filhotes de onça-parda foram encontrados às margens de uma estrada na zona rural de Cláudia, a 608 km de Cuiabá, e chamou a atenção do engenheiro agrônomo Paulo Douglas Corrêa que fazia colheita em uma fazenda da região. De dentro do carro, Paulo filmou os animais correndo na região, no dia 7 deste mês, e compartilhou nas redes sociais.
Pelas imagens gravadas, os filhotes aparentam estar sozinhos, no entanto, o biólogo Henrique Abrahão Charles explicou que, provavelmente, a mãe estava por perto caçando.
“Esses filhotes não estão perdidos, provavelmente a mãe estava por perto e se ele descesse do veículo ela apareceria. Ela tem um raio de proteção do filhote”, disse.
O filhote de onça-parda tem pintinhas parecidas com as da onça-pintada. Isso, segundo o biólogo, ajuda na camuflagem enquanto são pequenos, mas, conforme o tempo passa, a pelagem se transforma e fica parda.
O engenheiro responsável pelo flagrante contou ao g1 que estava na fazenda do sogro naquela região fazendo colheita quando começou a chover e ele precisou se deslocar para outra área. Segundo ele, no caminho de volta, os dois filhotes cruzaram a estrada.
“Foi um momento inexplicável, uma sensação única. Quando me deparei com esses dois filhotes pensei até que não era verdade, mas quando parei a caminhonete e confirmei foi fenomenal. Quanto mais você olha, mais se encanta naquela pelagem, parece 3D”, declarou.
Paulo afirmou que conseguiu observar os animais por um tempo e que até pensou em descer do veículo para tentar chegar mais perto, mas ficou com medo da mãe.
“Consegui observar por um tempo, mas depois pensei no tamanho da mãe deles, que, provavelmente, estava por perto naquele mato, então não cheguei nem a descer da caminhonete. Fiquei feliz só de poder observar e registrar para compartilhar com outras pessoas”, disse.
De acordo com o biólogo Henrique, a opção escolhida pelo engenheiro de não se aproximar dos filhotes foi a correta.
“Ele poderia ser atacado caso se aproximasse. As pessoas têm mania de fazer muito isso com filhotes de pássaros para pegar, mas os pais não abandonam os filhotes. Quando pega um filhote dessa forma, mesmo que leve para uma instituição para cuidar, raramente conseguimos salvar”, explicou.
Henrique alerta ainda que as pessoas devem sempre deixar a natureza como ela está. “A recomendação é sempre não mexer”, pontuou.
Fonte: G1 MT