Secretaria de Saúde nega que vacina tenha causado reações neurológicas graves em pacientes

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A Secretaria de Saúde de Mato Grosso (SES) negou que a vacina de combate ao coronavírus tenha causado reação neurológica em uma paciente de Sinop ( a 478 km de Cuiabá). De acordo com a Secretaria, a mulher de 36 anos possui mielite transversa aguda que é uma doença neuroimune rara da medula espinhal que pode se manifestar com o início rápido de fraqueza, alterações sensitivas e disfunção intestinal e vesical.

A nota foi publicada após a repercussão do vídeo de um médico da cidade afirmar que dois casos de reação neurológica grave aconteceram após os pacientes se vacinarem contra a covid-19.

“De forma simplificada, constatou-se os indicativos para descartar o caso como evento adverso pós-vacinal, restando apenas uma relação temporal entre a imunização e o diagnóstico da doença mielite transversa aguda. Nesse sentido, esclarecemos que a mielite transversa aguda possui inúmeras
causas, mas elas podem ser amplamente divididas em idiopática, pós-infecciosa, inflamação sistêmica ou doença multifocal do sistema nervoso central, sendo a causa mais comum a idiopática* (nenhum fator causal encontrado).”, diz trecho da nota.

A Secretaria reforçou ainda que a doença se manifesta sozinha e não apartir de outras doenças. Doenças do sistema imunológico, como espondilite anquilosante, síndrome antifosfolípide, doença de Behçet, doença mista do tecido conjuntivo, artrite reumatoide, sarcoidose, esclerodermia, síndrome de Sjögren e lúpus eritematoso sistêmico também estão associadas à mielite transversa aguda.

“Portanto, a identificação de um fator causal frente a esses casos é extremamente rara na medicina. Muitos dos eventos adversos são meramente associações temporais, não se devendo à aplicação das vacinas”, reforçou.

Nas últimas décadas foram descritos raros casos de doenças desmielinizantes* do sistema nervoso (como a mielite transversa aguda), relacionados às várias vacinas como: influenza (21 casos), vírus do papiloma humano-HPV (09 casos), hepatite A ou B (08 casos), raiva (05 casos), sarampo (05 casos), rubéola (05 casos), febre amarela (03 casos), antraz (02 casos), meningococo (02 casos) e tétano (02 casos), entre os anos de 1979 a 2013. Sob a mesma perspectiva, outro estudo, então englobando os anos de 2007 a 2012, encontrou apenas 07 casos de mielite transversa entre 64 milhões de doses de vacina. Essas taxas relativamente baixas são consistentes com a raridade dos eventos.

Fonte: Hipernotícias