Uma técnica de enfermagem de 34 anos registrou um boletim de ocorrência contra o médico psiquiatra A.A.I.F, de 39 anos, do Hospital Estadual Santa Casa de Cuiabá, pelo crime de abuso sexual. A vítima foi encaminhada para o profissional por estar com a saúde mental abalada devido às recorrentes mortes ocasionadas pela pandemia da covid-19, mas em um dos atendimentos, o psiquiatra teria “partido pra cima” dela, inclusive colocando a mão em seus seios. O caso ocorreu no final de novembro, mas só veio a público na segunda-feira (13).
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DEDM) no dia 30 de novembro, a vítima relatou à polícia que, durante a pandemia, ela começou a fazer tratamento psiquiátrico gratuito com o médico devido à sobrecarga de trabalho e ao abalo ocasionado pelo grande número de mortes em decorrência da covid-19.
Ainda segundo o depoimento, ela teve quatro atendimentos com o acusado. No primeiro, ela não percebeu nenhuma investida por parte dele, já no segundo atendimento, o médico a teria chamado para tomar uma cerveja e ela recusou o convite. No terceiro, ela não percebeu nenhuma atitude suspeita, mas já na quarta e última consulta, o psiquiatra teria mudado completamente a postura.
Ela conta que estava mandando uma mensagem pelo celular e, ao colocá-lo em cima da mesa, ainda com a tela desbloqueada, o médico teria pego o aparelho e entrado na galeria de fotos dela, em seguida disse que “gostou do que viu”. Em seguida, o acusado teria levantado, trancado a porta do consultório e tentado passar a mão nos seios da vítima, além de outras formas de intimidação.
Ela só conseguiu sair da sala após ligar para o celular do médico para que ele pudesse armazenar o seu número. Ela ligou para a irmã para contar o que tinha acontecido e, ao desligar o telefone, viu que o médico tinha enviado uma mensagem para ela dizendo que tinha “adorado as fotos”.
A técnica de enfermagem denunciou o caso à polícia e informou à direção do hospital sobre o caso, mas a unidade não teria tomado nenhuma atitude contra o profissional, que inclusive seguiu atendendo normalmente.
A vítima foi afastada de suas atividades pelo período inicial de 10 dias por outro profissional da saúde. Posteriormente, ela foi afastada por mais 30 dias.
OUTRO LADO
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) informou que o Hospital Estadual Santa Casa instaurou uma comissão para apurar a denúncia e tomar as devidas providências.
Fonte: Hipernotícias
