Bezerra mira Senado, diz que MDB terá candidato ao Governo e dispara contra Bolsonaro

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Deputado federal há 42 anos, Carlos Bezerra disse que pode se candidatar ao Senado no próximo pleito

Aos 80 anos, o deputado federal Carlos Bezerra (MDB) avalia se candidatar à única vaga no Senado disponível para Mato Grosso no pleito do ano que vem. Ao PNB Online, ele disse nesta terça-feira (04.05) que com certeza será candidato, no entanto, ainda afere com o partido se buscará a reeleição a deputado federal ou uma vaga no Senado.

Bezerra é deputado federal de cinco mandatos. Presidente regional do MDB, ele organiza a legenda para ter candidato próprio também ao Governo do Estado e chapas completas para deputados federais e estaduais.

“Não está definido, mas temos umas 10 candidaturas quase certas para a Câmara Federal. Devo me candidatar ou para a Câmara ou para o Senado, não defini ainda, mas estou inserido na eleição. Vamos lançar chapa completa de estadual, que já está quase pronta, e chapa completa para deputado federal também. Talvez sejamos o único partido que vai lançar chapa completa aqui em Mato Grosso. Temos 34 homens e 12 mulheres prontos na chapa de deputados e são necessários 48”, afirmou.

Governo do Estado

Aliado de primeira hora do governador Mauro Mendes (DEM), Bezerra, contudo, fez duras críticas à suposta falta de traquejo político do chefe do Executivo. Segundo ele, Mendes não é adepto a debates para construção de soluções. Bezerra disse que já desistiu de buscar diálogos no sentido de ampliar debates políticos.

“Ele peca na parte política. Eu acho que ele deveria fazer mais política, fazer uma discussão mais ampla do Governo, que não é feita. Nos já propusemos algumas vezes no início, mas desistimos. Desistimos. Sobre vários temas: social, educação, saúde, agricultura familiar, ambiental. Tem várias questões que, se tivesse uma discussão mais ampla, o desempenho do Governo seria melhor e mais democratizado. O problema maior é esse: que ele não abre para discussões mais amplas”, disse.

Porém, Bezerra também avaliou como positiva a gestão de Mendes, que segundo ele, conseguiu organizar o Estado em um ano de mandato. Para o líder do MDB, o programa Mais MT – maior programa de infraestrutura rodoviária do país em andamento, é a grande aposta de Mendes, que contudo poderá ter dificuldades de se concretizar.

“Ele fez um trabalho importante de recuperação econômica do Estado, sim. O Estado estava destrambelhado, não pagava servidor direito, tudo escalonado e quebrado. Agora, lança um grande programa de investimento, mas ele terá dificuldades de cumprir o programa, porque a estrutura do Estado é pequena. Ele, por exemplo, desconcentrou secretarias como Infraestrutura e Cidades, Justiça e Segurança Pública, e algumas outras. Turismo, que é importante para geração de emprego em Mato Grosso, ele quase acabou, virou uma dependência da dependência”, criticou.

Presidência da República

Com o retorno dos direitos políticos do ex-presidente Lula (PT), a tendência é que a eleição para a Presidência fique polarizada entre Lula e Bolsonaro. Na tentativa de traçar uma terceira via, um nome que possa ser colocado como outra opção à população, Bezerra disse que está em andamento em Brasília um processo de organização entre os grandes partidos.

“Há um processo de conversação, sigiloso, em Brasília para a construção de um nome. Se bem que hoje, em função de tudo, a candidatura do Lula ganhou muita força, ele se vitimizou por conta da anulação dos processos. E os grandes partidos estão conversando sobre mudanças na legislação eleitoral e sobre a construção de um nome para ser a terceira via”, comentou.

Crítico ao governo de Jair Bolsonaro, Bezerra deixou claro que não acredita na possibilidade de recuperação da imagem do presidente. Sem partido, Bolsonaro é um dos alvos da CPI da Covid, no Senado, que busca elucidar responsabilizações referente ao fracasso na condução da pandemia no Brasil. O país acumula 409 mil mortos e 14,8 milhões de infectados pelo novo coronavírus.

“O governo Bolsonaro está enfrentando muita dificuldade, não só pela questão econômica que piorou muito, com a volta da inflação, mas também pela questão da condução da pandemia. Isso gerou essa CPI. A situação dele é complicada, e tem ainda a questão ambiental que tem repercussão internacional muito forte, mas na economia principalmente. Está sendo terrível para os mais pobres, alimentos com preço em disparada e voltou à época do Sarney que cada dia era um um preço. Bolsonaro deixou disparar o dólar, então não sei como vai terminar o governo dele”, avaliou.

Fonte: PNB Online