Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelos produtores mato-grossenses, que não tiveram ainda um clima perfeito para a nova safra de soja, o Estado deve ser sim, novamente, o protagonista da nova oferta anual de grãos do Brasil.
Assim como o Estado, a produção brasileira deve ser recorde no ciclo 2020/21 e somar 268,9 milhões de toneladas de alimentos, o que representa 11,9 milhões de toneladas ou 4,6% a mais do que a temporada de 2019/2020.
Com este resultado, o Brasil caminha para bater novo recorde.
Mato Grosso, o maior produtor nacional de grãos e pluma, deverá ampliar a oferta em 0,7%, percentual tímido, mas que garante um volume de 75,44 milhões tonelada,s ante o ciclo passado de 74,89 milhões toneladas.
Se a projeção do 2º levantamento da safra de grãos 2020/21, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na quinta-feira (12), se confirmar, a produção estadual será a maior do País pelo nono ano consecutivo.
Além disso, a projeção garante ainda o quinto recorde sucessivo à produção mato-grossense.
Todo os números superlativos ao Estado estão alicerçados no desempenho da safra de soja, a única com projeção positiva até o momento, podendo firmar um novo recorde com 36,88 milhões toneladas, recorde sobre recorde, com ampliação anual de 2,7% em volume.
A nova estimativa nacional considera a recuperação da produtividade das culturas da soja e do milho primeira safra.
Ambas foram severamente prejudicadas pela estiagem em 2019, sobretudo no Rio Grande do Sul.
Apesar do atraso das chuvas neste ano, os produtores aceleraram o ritmo e, até a última sexta-feira, o plantio alcançava 55% da área estimada, contra 56% no mesmo período da safra passada, apontam os analistas.
Outro fator que contribui para o recorde é o aumento na área plantada.
Neste ano, a previsão é de que sejam cultivados 67,1 milhões de hectares, 1,8% a mais que na safra passada. Isso faz com que a área plantada também seja recorde.
A produção de soja deve alcançar 135 milhões de toneladas, confirmando o país como o maior produtor mundial da oleaginosa. A área de cultivo está estimada em 38,2 milhões de hectares. A safra total de milho também deverá ser a maior da história, com produção estimada em 104,9 milhões de toneladas, colhidas em 18,4 milhões de hectares (área total).
Quanto à produção de feijão, somando-se as três safras, a estimativa é de 3,1 milhões de toneladas com área total de 2,9 milhões de hectares.
O algodão em pluma deve chegar a 2,7 milhões de toneladas, com área de 1,6 milhão hectares, enquanto a produção de arroz sequeiro somada à de arroz irrigado deverá ficar em 11 milhões de toneladas, obtidas em 1,7 milhão de hectares.
Em relação ao trigo, cerca de 80% da colheita da safra 2020 já foi concluída. O volume de produção está estimado em 6,4 milhões de toneladas, com 2,3 milhões de hectares cultivados.
EXPORTAÇÃO – Mesmo com as dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19, as exportações da pluma de algodão caminham para ser recordes.
Até outubro deste ano, o total exportado foi de 1,4 milhão de toneladas, 31% a mais do que o acumulado do mesmo período no ano passado.
Em relação ao milho, para o ano safra atual, foi mantida a previsão de exportações em 34,5 milhões de toneladas.
Ainda em outubro, os embarques foram de 5,1 milhões de toneladas, redução de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Para a soja, a expectativa de venda para o mercado externo está em torno de 82,7 milhões de toneladas para este ano, sendo que já foram exportados no período de janeiro a outubro 81,4 milhões de toneladas.
Para o próximo ano, são esperadas cerca de 85 milhões de toneladas, o que representaria aumento de 2,78%.
Fonte: Diário de Cuiabá/Marianna Peres