O governador Mauro Mendes (DEM) disse que apesar do agronegócio estar caminhando bem no início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), ainda é cedo para dizer que o setor não passará incólume da crise.
Em entrevista à CNN Brasil, Mauro comentou que o preço do dólar e as demandas de alguns países que, segundo ele, estão fazendo estocagem de alimento, têm mantido o ritmo forte do setor, no entanto, há incertezas sobre o futuro.
“É cedo pra gente dizer que passaremos incólume. O agronegócio produz aquilo que é mais caro e importante, o alimento. O setor do algodão talvez sofra um pouco mais porque é um bem não tão necessário, pode sofrer uma retração de demanda nos próximos meses, talvez no próximo ano, mas o setor de soja está bem, milho está bem, a produção das proteínas animais está indo bem. Isto é o principal motor da nossa economia”, disse.
O governador destacou que Mato Grosso tem, praticamente sozinho, o maior PIB agrícola brasileiro e que isso será importante para que o Estado possa manter as exportações e garantir a entrada de divisas importantes para o equilíbrio da balança comercial em meio à pandemia.
“Não passaremos despercebidos dessa crise. Acho que tem alguns sim, alguns sinais de alerta, pode ser que num futuro, não distante, esses tópicos chineses claramente estão fazendo de alimentos, estão aumentando seu nível de estoque, isso possa acontecer inclusive uma diminuição dessa compra isso pode afetar preço”, comentou.
“Hoje esse setor está bem, principalmente na soja, do milho até mesmo nas proteínas animais, mas não dá ainda pra afirmar que esse será o mesmo cenário ainda de meses subsequentes”, complementou.
‘Aguentamos mais um pouco’
O governador ainda comentou que as medidas administrativas adotadas no início de sua gestão permitiram que o Estado pudesse enfrentar os primeiros meses da pandemia. Ele destacou que o auxílio emergencial do Governo Federal aos estados e municípios será importante, principalmente para Mato Grosso recuperar as perdas na arrecadação sofridas nos últimos dois meses, mas “nós aguentamos ainda um pouco mais em função desse arrocho fiscal”.
O govenador comentou que em abril, o Estado teve queda de 7% na arrecadação tributária, se comparado com o mesmo período do ano passado, para maio, a previsão é de retração de 15% em relação ao mesmo mês de 2019.
Fonte: Repórter MT