O secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, afirmou que o governo deve criar nesta terça-feira (11), por meio de portaria, o Centro de Operações Estratégicas (COE) para tratar casos do novo coronavírus que eventualmente venham a surgir. As informações são do G1.
Segundo ele, o estado está preparado para atender possíveis casos do novo coronavírus. O plano de contingência está sendo finalizado.
Todos os profissionais e agentes de saúde devem trabalhar por meio do Centro de Informação e Estratégica de Vigilância em Saúde (Cievs), para que, caso exista um caso suspeito, seja comunicado pelo sistema e venha ser acionado o protocolo de operação.
O secretário afirmou que só será aplicado o protocolo se acaso houver a suspeita de um caso por coronavírus. O embarque e desembarque de passageiros no Aeroporto Marechal Deodoro, em Várzea Grande, está incluído no protocolo e não há nenhuma restrição de acesso.
O secretário se reuniu com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na quinta-feira (6), e discutiu as medidas para contenção de uma possível entrada do coronavírus no país. Secretários de todos os estados participaram da reunião.
Gilberto ainda afirmou que o estado está capacitado e preparado, abastecido com suprimentos, materiais e insumos para tratamento. Existe também uma reserva desses materiais.
Gilberto Gomes de Figueiredo, secretário estadual de Saúde, deu entrevista ao Papo das 6h — Foto: TV Centro América
O ministro deu o prazo para que cada estado informe detalhadamente a estrutura disponível, como o número de leitos em hospitais e características locais, como o fluxo de passageiros em aeroportos e fronteiras.
Figueiredo disse que o plano de contingência no estado já tinha sido elaborado anteriormente e estava quase pronto. No entanto, após a reunião com o Ministério da Saúde, o projeto deve passar por alguns ajustes e ser enviado.
Ciclo do novo coronavírus – transmissão e sintomas — Foto: Aparecido Gonçalves/Arte G1
Ainda segundo o secretário, na reunião também foi discutida a infraestrutura hospitalar caso venha confirmar algum caso da doença nos locais, além de criação do protocolo e definição da estrutura de atendimento.
De acordo com Figueiredo, um caso foi divulgado em Rondonópolis, a 218 km da capital, como se fosse coronavírus, mas foi averiguado e constatado que não era pelo novo vírus. Contudo, a paciente foi atendida conforme deveria.
O secretário explicou que existem vários tipos de vírus que circulam no ambiente e que os sintomas são parecidos com o do novo coronavírus, porém, deve se manter a atenção. No Brasil não tem nenhum caso confirmado da doença.
O Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), na capital, foi definido como unidade de referência para atendimento de eventuais casos graves do novo coronavírus.
Secretários estaduais e ministro da Saúde discutem medidas contra o novo coronavírus
Os locais foram escolhidos pelos governos de cada estado de forma preventiva pelos gestores locais por terem ampla capacidade de atendimento com profissionais especializados para situações de risco à saúde pública.
“É importante que a população tenha tranquilidade pois não há nenhum caso confirmado. No Brasil não houve confirmação e se Deus quiser não haverá. Se acaso chegar a Mato Grosso nós estamos preparados para fazer tudo aquilo que necessita para dar uma boa assistência a população”, declarou Gilberto.
Todas as unidades de saúde do estado estão preparadas para lidar com possíveis casos. O estado tem 16 escritórios regionais de saúde que estão engajados por meio de videoconferência para se comunicarem.
Na quarta-feira (12) deve acontecer uma reunião geral com profissionais e entidades de saúde para que seja discutido como vai ser o atendimento dos casos. Inicialmente tratar com atenção e sigilo e não ser alarmado com divulgação antecipada.
Apesar de não ter nenhum caso suspeito em Mato Grosso, a venda de máscaras cirúrgicas descartáveis, em Cuiabá, teve um aumento significativo nas últimas semanas, conforme levantamento realizado pelo G1.
Segundo a Secretaria de Saúde, não há necessidade de uso de máscaras, apenas cautela no contato individual com as pessoas.
O HUJM é apenas uma referência casa haja a confirmação da doença. Ainda segundo o secretário, outros hospitais no estado devem ser definidos também como referência.
Confira a situação até as 11h desta segunda-feira (10):
- 909 mortes por coronavírus na China
- 1 morte nas Filipinas
- 40.235 casos confirmados na China
- 3.283 infectados já se recuperaram na China
- Mais de 300 casos confirmados em outros 24 países
- No Brasil, há 11 casos suspeitos e nenhum confirmado até as 13h30 deste domingo (9)
- O segundo hospital construído na China para tratar pacientes com coronavírus recebeu os primeiros pacientes no sábado
- Pangolim, mamífero em extinção, pode ser possível hospedeiro intermediário do coronavírus
Recomendações
Os especialistas recomendam a “etiqueta respiratória” para evitar a transmissão: cobrir a boca com a manga da roupa ou braço em caso de tosses e espirros e sempre lavar as mãos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que os serviços de saúde adotem protocolos de prevenção antes, durante e depois da chegada do paciente, com desinfecção e ventilação de ambientes.
Para quem trabalha em pontos de entrada no país, como aeroportos e fronteiras, é recomendado o uso de máscaras cirúrgicas.
Caso haja algum caso suspeito em aviões, navios e outros meios de transporte, é recomendado usar máscara cirúrgica, avental, óculos de proteção e luvas. A inspeção de bagagens deve ser feita com máscara cirúrgica e luvas.