Os policiais civis de Mato Grosso irão realizar paralisação nesta terça-feira, dia 25. O movimento foi aprovado durante Assembleia-Geral Extraordinária do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado Mato Grosso (Sinpol-MT), onde participaram cerca de 200 policiais.
A paralisação será realizada em escala nacional e contará com a adesão de todos os servidores da segurança não-militares do país em defesa dos direitos das polícias brasileiras. Participarão do movimento policiais que compõem a Polícia Judiciária Civil (PJC), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), agentes do sistema penitenciário e guardas municipais.
A decisão de paralisar as atividades recebeu aprovação unânime dos policiais que participaram da assembleia. O grupo foi composto por investigadores e escrivães.
De acordo com o vice-presidente do Sinpol-MT, Gláucio de Abreu Castañon, o movimento visa mostrar ao Governo Federal a insatisfação na diferenciação do tratamento dado a policiais militares e às outras polícias.
“O objetivo é manifestar a insatisfação da categoria policial não militar (PC, PF, PRF) com essa PEC [Proposta de Emenda à Constituição] em relação ao tratamento desigualitário e desproporcional dispensado aos militares. Consideramos justo o pleito dos militares, mas não se pode tratar atividades semelhantes de forma diversa. A PEC da forma que está posta, massacra ainda mais os policiais e por consequência a segurança pública afetando a sociedade”, afirmou à reportagem.
A PEC mencionada por ele é a n. 06/2019, que pretende reformar todo o sistema previdenciário do país, cujo teor é alvo de críticas e protestos pela classe trabalhadora organizada. Militar de carreira, a proposta encaminhada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Congresso Nacional concede benefícios e regalias aos militares que serão negadas a outras classes da segurança pública.
Para o mês que vem, dia 2, os policiais se preparam para participar de um grande movimento nacional em Brasília, com representantes de todas as polícias de todas as Unidades da Federação, onde irão dialogar com os congressistas – deputados federais e senadores – sobre a insatisfação das classes com a proposta.
A classe está diante de duas paralisações, ambas à beira de greves. A primeira tem envolvimento nacional, mencionada acima, contra as propostas do Governo Federal. A segunda, por sua vez, é contra ações do Governo do Estado, que não concedeu RGA (Revisão Geral Anual) este ano, em decorrência de um suposto caos econômico.
Em ambos os casos, os policiais civis estão com status de Assembleia aberta, estratégia utilizada por órgãos representativos para dar mais celeridade aos trâmites legais para a deflagração de paralisação. O indicativo de greve já foi aprovado.
Fonte: Folhamax