MP cita ameaças e mulher trans acusada de matar gatos pode ser presa novamente

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Acusada está em liberdade, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica. Foto: Reprodução/RMT

O Ministério Público de Mato Grosso pediu que o juízo da 16ª Promotoria de Justiça Cível de Defesa do Meio Ambiente de Cuiabá reconsidere a decisão que concedeu liberdade para Larissa Karolina Silva Moreira, acusada de adotar gatos para matá-los em seguida.

O pedido, assinado pelo promotor de Justiça Joelson de Campos Maciel, se baseia em denúncias feitas pelo ex-namorado de Larissa e pelos pais dele, de que estariam sendo ameaçados a mando dela. As ameaças também estariam sendo direcionadas a protetores da causa animal. Se as denúncias ficarem comprovadas, ela pode ser presa novamente.

“Há relatos, inclusive, de que terceiros estariam agindo supostamente em seu nome, o que pode configurar tentativas de obstrução da Justiça ou coação indireta”, afirma o promotor.

Conforme o pedido, uma das condições para que ela continuasse em liberdade era “não se envolver em outro fato criminalmente ilícito”. O promotor também apontou descumprimento da obrigação de comunicar à Justiça mudanças de endereço. Ela está em liberdade, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica, desde 25 de julho.

Nesse sentido, o MP pediu que seja realizada uma audiência de justificação, como forma de garantir à acusada o direito à ampla defesa com relação às novas denúncias.

Além disso, o promotor pediu que sejam ouvidas as testemunhas e vítimas das supostas ameaças e intimidações e que seja requisitado o relatório do monitoramento eletrônico de Larissa.

Em caso de restar comprovadas as violações às determinações judiciais, o MP pede a reavaliação da necessidade de prisão preventiva da acusada.

Entenda o caso

Larissa foi presa no dia 13 de junho, depois que protetores animais acionaram a polícia para denunciar o assassinato de alguns animais. Ela foi autuada em flagrante por maus-tratos a animais com resultado em morte e, na audiência de custódia, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Desde então, ela estava detida na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto.

Segundo investigações da Polícia Civil, na casa da estudante, foram encontrados vestígios de sangue, rações velhas e fezes de gato. Além disso, pelos menos três animais foram encontrados mortos em um terreno baldio localizado a cerca de 120 metros da casa dela. Animais esses que, conforme a denúncia dos protetores, foram adotados por ela.

À polícia, o ex-namorado de Larissa confessou que adotou quatro gatos para ela, desde o início deste ano, e que os quatro foram mortos. Durante o depoimento, ele disse que a ex-namorada dizia que tinha cometido os crimes porque os animais haviam lhe arranhado.

Nas redes sociais, Larissa chegou a postar mensagens direcionadas aos protetores que a denunciaram.

“Vocês vão me pagar bem caro. Me aguardem protetores do inferno”, escreveu a acusada. “Eu venci a batalha e ganharei essa guerra”, acrescentou. (Repórter MT)