A decisão foi proferida pela juíza Edna Ederli Coutinho, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, com base em relatório complementar do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), que indicou o desindiciamento de Dinni e a consequente ausência de justa causa para mantê-lo preso.
A magistrada destacou que, embora o nome do empresário tenha surgido durante as investigações iniciais, as provas colhidas — inclusive por meio de interceptações telefônicas — não demonstraram vínculo direto de Dinni com o núcleo criminoso. “As ligações relevantes indicaram vínculo profissional com alguns dos investigados, mas não restou demonstrado de forma segura e inequívoca que o representado integrasse a organização criminosa”, pontuou a juíza na decisão .
Além da revogação da prisão, a Justiça também determinou o levantamento das restrições patrimoniais sobre os bens de Dinni, autorizando a liberação de valores bloqueados e a restituição de bens móveis apreendidos. Conforme consta na decisão, “não se observam óbices ao desbloqueio/levantamento das restrições patrimoniais sobre o patrimônio da referida empresa e de seus sócios”, em referência à Fullgás Comércio de Gás, empresa relacionada a Dinni Rougras .
O advogado Diego Rondon Gracioso, responsável pela defesa do empresário, comemorou a decisão e reforçou a confiança na Justiça. “Desde o início, sustentamos que Dinni não tinha qualquer envolvimento com as condutas investigadas. A decisão reafirma a importância do devido processo legal e a necessidade de apuração responsável, sem prejulgamentos”, afirmou.
O defensor também reforçou que seu cliente enfrentou dias difíceis diante da repercussão do caso, mas segue confiante na reparação de sua imagem. “A exposição indevida causou prejuízos imensuráveis à vida pessoal e profissional do Dinni. Agora, com o reconhecimento da sua inocência, esperamos que ele possa retomar suas atividades com tranquilidade”, completou.
A operação
A operação, batizada de Aqua Ilícita, ainda segue em curso contra outros investigados, apontados como integrantes da facção Comando Vermelho que utilizava o comércio de água mineral e gás para lavagem de dinheiro e domínio de mercado por meio de extorsão. (O Documento)