Modo de extorquir em MT copia Pablo Escobar e a máfia italiana, diz delegado; veja vídeo

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O delegado Hércules Batista Gonçalves, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), destacou que a facção criminosa alvo da Operação Acqua Ilícita, que revelou um esquema de extorsão contra comerciantes de água em Capital, Várzea Grande, Nobres e Sinop, imita as técnicas de assistencialismo tanto da máfia italiana quanto do traficante colombiano Pablo Escobar para conseguir o apoio dos moradores dos bairros mais pobres.

Entre as ações promovidas pelos bandidos está a distribuição de cestas básicas para moradores. Em Cuiabá, a Polícia Civil já chegou a investigar, em outras operações, um clube de futebol amador, que tinha uma escolinha de futebol para crianças de comunidades mais carentes.

“Isso aí vem de longa data. Na Colômbia, Pablo Escobar fez isso aí. A máfia italiana, que foi pros Estados Unidos fazia isso. E isso não é diferente em Cuiabá. Infelizmente, esse assistencialismo ele realmente prejudica a cidade, porque coopta várias pessoas para proteção do crime organizado, para que fique do lado daquelas facções. Infelizmente isso vem acontecendo, sim”, afirmou o delegado.

O chefe do Gaeco, promotor Adriano Roberto Alves, disse que em Cuiabá pode acontecer o mesmo que já vem acontecendo em outras cidades brasileiras, em que as periferias ficam sob o comando de grupos criminosos e serviços básicos, a exemplo da internet, passam a ser controlados pelos bandidos.

“Essa população tem uma falsa percepção dessa situação. Por exemplo a água, ela iria pagar dois reais a mais por galão. Pode ser que amanhã tenha que pagar a internet, teve estado que a fornecedora de internet fechou devido às facções estarem tentando dominar e teve região que ficou sem internet e teve região que teve que pagar o dobro de internet”, disse o promotor.

Conforme a investigação, além de terem que comprar a água mineral distribuída pelos criminosos, a facção cobrava a taxa de um real por cada unidade vendida, o que resultou em um lucro para o crime estimado em mais de R$ 1,5 milhão. (Fonte: Repórter MT)

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