Os quatro policiais militares da Rotam (Rondas Ostensivas Tátiicas Metropolitanas), presos por suspeita de envolvimento na execução do advogado Renato Nery, foram alvos de uma ampla operação de busca e apreensão, na terça-feira (13).
A ordem partiu da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), e mirou, também, as residências dos PMs Leandro Cardoso, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira e Jorge Rodrigo Martins.
Desde o dia 6 deste mês, os quatro militares estão presos, em Cuiabá, com a deflagração, pela Polícia Civil, da Operação Office Crime – A Outra Face, para investigar o homicídio do advogado Renato Nery, em junho do ano passado, em Cuiabá.
Na decisão, a magistrada também autorizou uma vistoria nas viaturas utilizadas pelos militares, além da quebra do sigilo dos dados telefônicos e telemáticos.
As ordens constam na decisão em que determinou uma nova prisão temporária contra os policiais, na última terça-feira (18).
Eles são investigados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por suspeita de simulação de um confronto policial para plantar a arma utilizada no crime contra o advogado.
O suposto confronto ocorreu uma semana após a morte de Nery, na Avenida Contorno Leste, no bairro Pascoal Ramos, no qual os militares teriam plantado a arma utilizada no homicídio do advogado, uma Glock G17 9 mm modificada para automática, com assaltantes, para dificultar a investigação do caso.
“A autoridade policial demonstrou, mediante depoimentos, perícias e outras provas técnicas, que o alegado confronto policial relatado pelos representados no IP 180/2024, apresenta graves inconsistências e contradições, indicando que se tratou de uma simulação realizada por eles para justificar a posse da arma utilizada no homicídio do advogado Renato Gomes Nery, e fazer crer que a arma pertenciria aos ” tais criminosos” que entraram em confronto com eles”, escreveu a magistrada
A juíza ainda afirmou que os suspeitos, por serem policiais militares, têm acesso a instalações e informações sigilosas, podendo interferir na investigação.
“As circunstâncias do caso demonstram a necessidade das buscas para evitar manipulação de provas e coerção de testemunhas”, pontuou a juíza.
PRISÕES – Além dos quatro militares, também está preso o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, ex-integrante da Rotam.
Heron se entregou na delegacia de Homicídios da Capital no dia 7 de março, após um dia foragido.
A Polícia não informou envolvimento dele no caso do confronto forjado.
Na operação também foi detido o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, apontado pela investigação como o autor dos disparos que mataram o advogado.
A OUTRA FACE – Os quatro policiais militares foram presos, na manhã do dia 6, durante operação da Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá.
A Operação Office Crimes – A Outra Face apura o assassinato a tiros do advogado Renato Gomes Nery, em julho do ano passado.
As buscas foram cumpridas em uma chácara de uso dos investigados, no bairro Capão Grande, em Várzea Grande, e no Batalhão de Ronda Ostensiva Tático Metropolitana (Rotam), no bairro Dom Aquino, em Cuiabá.
As ordens judiciais foram decretadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá (Nipo), no decorrer das investigações conduzidas pela DHPP.
O CRIME – Renato Nery morreu aos 72 anos, atingido por disparos de arma de fogo na cabeça, no dia 5 de julho do ano passado, na frente de seu escritório, na Avenida Fernando Correa, na Capital.
O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia no Hospital Jardim Cuiabá, mas morreu horas após o procedimento médico.
Desde a ocorrência do homicídio, a DHPP realizou várias diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do profissional.
As investigações da DHPP apontam a disputa de terra como a motivação para o homicídio de Renato Nery. (Diário de Cuiabá)