“Eu me sensibilizo muito. A gente cria filhos e não espera estar em uma situação como esta aqui. Para mim, é como se eu tivesse perdido uma filha”, disse o pai da acusada Nataly Helen Martins Pereira e Cícero Junior, ambos presos na manhã desta quinta-feira (13). O homem, que mora na zona rural de Cuiabá, garantiu que o filho somente ajudou a limpar o sangue que estava na casa por acreditar que era decorrente do parto da irmã, que estava sozinha na casa dele. Ao chegar no local, o suspeito disse ter se deparado com a irmã ensanguentada e um bebê no colo.
O pai afirmou que o filho não imaginava que havia ocorrido um crime brutal no local e só tentou ajudar a irmã. O filho dele, Cícero Junior, e Adelson Junior estavam no imóvel e foram levados pela polícia para averiguação. Até o momento, Nataly Hellen confessou o crime e os demais, inclusive o marido dela, o chef de cozinha, Cristian Albino Cebalho de Arruda, 28, negaram as acusações de envolvimento na morte da menor Emilly Azevedo Sena, 16.
Em frente à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o homem detalhou a quarta-feira (12). Ele disse que tinha vindo à cidade para resolver assuntos pessoais e que, após o almoço, encontrou rapidamente o filho, que disse que estava com pressa porque Natally havia ligado pedindo ajuda. Sem saber de nada, ele foi embora.
“Me falaram que minha nora (cunhada da Nataly) tinha que ser ouvida porque tinha algumas coisas no celular dela”, contou o homem.
O pai conta que a suspeita sempre compartilhava exames de pré-natal e relatos da gravidez no grupo dos amigos e família.
Ele relata que a filha ligou para a nora dele, pedindo ajuda. Como ela estava no trabalho, não pode ir, mas pediu ao marido, Adelson, que fosse lá. Ele foi e levou Cícero junto. “Chegaram lá e encontraram ela com as pernas ensanguentadas e levaram ao hospital. Ela não queria que chamassem os bombeiros. Eles não desconfiaram de nada”, detalhou.
Depois de lavá-la ao hospital com o bebê, Cícero teria voltado para casa e limpado o sangue que estava no chão. Neste momento, o corpo de Emilly já estava enterrado no quintal do imóvel, seu bebê havia sido roubado e um casal tentava registrá-lo em seu nome.
“De noite, a médica pediu para ela fazer os exames e ela não quis fazer. Ai a médica desconfiou e chamou a polícia de noite e hoje a polícia foi na casa em que meu filho mora”, narrou o homem que disse ser o verdadeiro dono do imóvel, mas seu filho mora lá. “Ela pediu a chave da casa para ficar lá até a hora de ir ao hospital. Meu filho e minha nora saíram para trabalhar e ela ficou lá, depois aprontou essa algazarra aí e está incriminando os meninos. Eles não têm nada a ver”, completou.
O caso
Conforme noticiado pelo Gazeta Digital, Emilly saiu de casa no final da manhã, no bairro Eldorado, em Várzea Grande e avisou a família que estava indo para Cuiabá buscar doações de roupa na residência de um casal.
Durante a noite, uma mulher apareceu no Hospital e Maternidade Santa Helena com um bebê recém-nascido, alegando que era filho dela e que tinha dado à luz em casa. Mas, após exames, a médica do plantão confirmou que a mulher sequer esteve grávida.
A mulher relatou a equipe médica que deu à luz em casa. Os profissionais observaram que a criança estava limpa e sem sangramento. Além disso, exames ginecológicos e de sangue demonstraram que a mulher não tinha parido recentemente. Ela também não tinha leite para amamentar a bebê. (Gazeta Digital)