Um bandeirante interessado em plantar e colher com trabalhadores livres e os escravizados, que moviam o arado. A população começava a crescer pela “febre do ouro” e precisava de suprimentos. Afinal, muitas vezes, os produtos eram pagos em ouro, um bom negócio.
Em um dia como a maioria dos outros, imagina-se que dois índios enviados pelo desbravador em busca de mel, ao invés de trazerem o néctar, lhe apresentam pepitas de ouro enroladas em folhas. Parece cena de filme, mas estas informações históricas estão no livro “Cuiabá – de Vila a Metrópole”, disponibilizado no Arquivo Público do Estado de Mato Grosso.
Após a descoberta das pepitas, de 1722 a 1726, houve uma “explosão” populacional motivada pela febre do ouro que dividia espaço com o cultivo para abastecer os que povoavam às ricas redondezas.
Era ouro em todo lugar, inclusive na beira do córrego da Prainha que, naquela época, estava sob responsabilidade do bandeirante Miguel Sutil. Hoje, a água não corre mais a céu aberto e a paisagem ganhou novos contornos.
Voltando ao passado, foi depois de ser transformada em Vila, pelas Leis da coroa – que também impuseram impostos de 20%. “Eles eram cobrado em todo ouro extraído e que começaram a ser repassados à monarquia. Chegaram a dizer que aqui passou, por um tempo, ser a capital do país. O que eu discordo, eles buscavam o ouro e iam embora para São Paulo”, pondera o historiador Pedro Felix.
Lavoura pequena, mas cheia de pepitas
O local que Miguel esteve, naquele momento, era próximo de onde se encontra hoje a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Antes, uma lavra pequena e arada por pessoas escravizadas e também trabalhadores livres.
A população crescia cada dia mais entre curiosos, viajantes e aventureiros de todos os tipos, que se moviam pelo sonho de enriquecimento.
Por este motivo, entre 1722 até 1726, Cuiabá passou a ser uma das cidades mais populosas do país. O perfil popular na região variava entre indígenas, afrobrasileiros ou mineradores, tropeiros e monçoeiros. Os últimos, em busca de enriquecimento rápido.
“Eles vinham apenas para buscar o ouro e depois partiam, mas realmente foi a mais populosa neste período de febre do ouro”, comenta o historiador.
A lavoura partia das margens do rio Cuiabá e seguiu curso adentro. No primeiro momento, chegaram a ser nomeadas de Lavras do Sutil e, depois, como minas do Senhor Bom Jesus do Cuiabá, que hoje corresponde ao bairro Baú.
Fonte: RD News