Por: Vicente Vuolo
A palavra “democracia” é de origem grega (demokratía), demo (povo)e cracia (governo). É um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente – diretamente ou por intermédio de representantes eleitos – na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governança via o sufrágio universal.
O Legislador grego Clístones, nascido em Atenas (565 A.C – 492 A.C) é considerado um dos pais da democracia. Ele introduziu reformas baseadas no princípio da igualdade de todos os cidadãos independentemente da sua situação econômica e na participação ativana vida pública. Dentre os seus feitos, introduziu a execução dos condenados à morte por envenenamento com ingestão de cicuta e a pena de ostracismo para aqueles que ameaçassem a democracia. As suas ideias inspiraram a definição moderna de democracia e foram seguidas por reformadores de todos os tempos.
O exemplo marcante das primeiras democracias diretas é a de Atenas e de outras cidades gregas, nas quais o povo se reunia nas praças e ali tomava decisões políticas.
Se a democracia se aprimorou em diversos lugares do mundo nesses 2.500 anos, o mesmo não aconteceu no meu Estado. O exemplo mais significativo é a questão do VLT.
Ora, senhor governador, a maioria da população tem o direito de ir e vir, para trabalhar, estudar, lazer, utilizando um transporte ecologicamente correto, limpo, confortável, seguro, rápido. Respeitar o direito de oportunidade para todos é respeitar a democracia.
O Movimento Pró VLT já tornou público a proposta para a conclusão das obras do VLT. A melhor alternativa encontrada pelos engenheiros de Mato Grosso e São Paulo é a Parceria Público e Privada (PPP). Isto porque, o governo não precisa investir mais nenhum dinheiro novo. Desde que faça o dever de casa e invista o que já existe na conta do VLT (R$ 193 milhões), suficiente para terminar a primeira etapa: Aeroporto-Porto-Centro. O restante será por meio da iniciativa privada.
Ou seja, o Estado entregaria o VLT funcionando em poucos meses, com 40 trens, 280 vagões, 40 km de cabos de energia, 22 km de trilhos, 9 subestações, todo o sistema de posteamento, além das obras de infraestrutura já realizadas. O “P” público estaria lá no alto porque o Estado teria feito a sua parte.
Em lugares onde a cultura democrática não progrediu, o diálogo é substituído pela prepotência e a violência autoritária, que se nega debater problemas e desqualifica os interlocutores, especialmente os movimentos de cidadania.
O atraso nas decisões e o adiamento recorrente de soluções gera prejuízo à sociedade, que devem ser mensurados e cobrados daqueles que causaram o dano.
Mas os governantes continuam agindo com desprezo às leis e aos interesses da sociedade. Isso porque confiam na impunidade. Os governantes agem como se tivessem certeza de que o Judiciário e o Ministério Público nada farão.
VICENTE VUOLO É ECONOMISTA, CIENTISTA POLÍTICO E COORDENADOR DO MOVIMENTO PRÓ VLT