Em uma postagem no seu perfil no Facebook, a esposa de Márcio Rogério Carneiro, de 34 anos, um dos motoristas de aplicativo mortos em Várzea Grande, reclamou das leis no Brasil que, segundo ela, são a favor de bandidos. Na postagem, ela ainda colocou uma foto ao lado do marido e dos três filhos pequenos do casal.
Márcio foi assassinado por Lucas Ferreira da Silva, de 20 anos, e por dois menores de 15 e 17 anos. Além dele, foram mortos outros dois motoristas: Elizeu Rosa Coelho, de 58 anos; e Nilson Nogueira, 42 anos.
“Só foi mostrado que a injustiça sempre vai existir, pessoas inocentes sempre vão correr esses riscos. Quanto aos delinquentes com sede de matar, eles mataram sabendo que não seriam punidos severamente, mataram sabendo que seriam guardados e protegidos, e logo estariam livres”, escreveu Viviane Souza na publicação.
Ela prossegue o desabafo dizendo que “enquanto existir bandidos governantes”, sempre haverá famílias destruídas.
“Eu não me conformo, estou inconformada por saber que nem trabalhando um pai de família tem paz”, lamentou.
Viviane ainda disse que acredita que em breve a morte de seu marido cairá no esquecimento, “como muitos outros crimes brutais”.
“Quero justiça. Não aceito e nunca vou aceitar bandido sendo preservado e o pai de família sendo morto. Cadê a justiça? Vai levar esses delinquentes prá tirar férias, para comer, beber, dormir, e depois serem soltos?”, questionou.
“Enquanto isso meus filhos choram, eu choro, minha família chora (…) porque a lei vai preservar os culpados, os assassinos”, concluiu.
O caso
Márcio Rogério desapareceu depois de sair para trabalhar no domingo (14). Ele foi o último motorista de aplicativo a ser morto. Antes dele, já haviam sido assassinados Elizeu Rosa Coelho, no dia 11 de abril, e Nilson Nogueira, no dia 13 de abril.
Os assassinos foram presos na última segunda-feira (15) e confessaram o crime. O menor de 17 anos disse aos policiais que sentia prazer em matar e que cometer assassinatos era uma compulsão para ele.
Conforme o delegado Nilson Faria, responsável pela investigação, o bando agia como serial-killers e continuariam a cometer os crimes se não tivessem sido parados pela polícia.
“Já vi muitos casos esquisitos, mas esse foi o mais esquisito. Ver pessoas dessa idade falando dessa forma é perturbador”, disse o delegado ao RepórterMT.
Nesta sexta-feira (19), foi presa Keise Melissa Rodrigues, de 25 anos, acusada de emprestar sua conta no aplicativo para que os assassinos conseguissem chamar os motoristas sem chamar atenção. Ao RepórterMT, ela negou participação nos crimes.
A Polícia Civil investiga a participação de uma quinta pessoa, identificada como Akcel Lopes Campos, de 20 anos. Fonte: Repórter MT
* Diante desse triste fato que abala toda a sociedade, resta saber como o Ministério Público está se posicionando a respeito das famílias que estão sofrendo com esse crime brutal.