Viúva de faccionado é presa às vésperas de lipoaspiração

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Viúva de um faccionado e alvo da Operação Reversus da Polícia Civil, Anne Cristina Casaes, de 39 anos, foi presa em Minas Gerais, nesta terça-feira (15), pouco antes de se submeter a uma cirurgia de lipoaspiração. A mulher era esposa de um faccionado com extensa ficha criminal, que foi morto por um grupo na fronteira com a Bolívia, onde seu corpo e veículo foram incendiados. Além disso, Anne foi condenada no estado mineiro por fraude.

A ação desmantelou uma quadrilha de criminosos especialista no golpe do ‘falso intermediário’ que atua em Mato Grosso e nos estados do Rio de Janeiro, Piauí e Minas Gerais.

“A Anne é uma de nossas principais alvos. Ela já foi alvo de outras operações e é bem conhecida pela Polícia Civil de Minas Gerais. Ela mora em Mato Grosso, mas faz viagens frequentes para outros estados, como o Rio de Janeiro.  Ela tinha ido para Minas fazer uma lipo e, na manhã de hoje, com o apoio de Minas, conseguimos prendê-la”, informou o delegado Bruno Palmiro, da Delegacia de Estelionatos.

Ao todo, são cumpridos 50 mandados, dentre eles 27 de prisão preventiva e 24 mandados de busca e apreensão domiciliar — inclusive na Penitenciária Central do Estado (PCE) —, além de sequestros de bens no valor de até R$ 100 mil por investigado e bloqueio de contas bancárias, com valores que podem atingir R$ 2,7 milhões.

AS INVESTIGAÇÕES

As investigações foram iniciadas depois de um golpe ocorrido em janeiro de 2024, em Cuiabá, no qual a vítima foi atraída por um anúncio fraudulento de venda de veículo no Facebook. Após o primeiro contato, ela foi induzida a manter comunicação com um suposto intermediador — que se passava por advogado — e acabou transferindo R$ 45 mil via Pix, acreditando estar em uma negociação legítima.

Durante os trabalhos de apuração dos fatos, o autor intelectual da fraude foi identificado como Cristyan Nascimento Silva. Ele está preso Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. O criminoso cumpre mais de 40 anos de prisão por homicídio, tráfico e roubo.

Já o responsável pela publicação do anúncio fraudulento teve sua prisão decretada na cidade de Teresina (Piauí). O dinheiro obtido com o golpe foi inicialmente enviado ao Estado do Rio de Janeiro, distribuído entre 13 contas bancárias distintas e, posteriormente, transferido de volta a Cuiabá, onde foi novamente pulverizado em 11 contas diferentes, até se concentrar, majoritariamente, na conta de Anne.

A apuração revelou uma estrutura criminosa complexa e altamente coordenada, com clara divisão de tarefas entre os membros e estratégias de movimentação financeira projetadas para dificultar o rastreamento dos valores.

Se condenados, os investigados podem ser apenados com até 20 anos de reclusão, considerando a prática conjunta dos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, podendo a pena ultrapassar 30 anos em caso de agravantes. (HNT)