Por: Halisson Lasmar
Essa senhora realmente nos representa, tem a sinceridade que precisa e a objetividade que esperamos. A entrega de casas em Várzea Grande na última sexta-feira (17.01), mostrou que a primeira-dama de MT Virginia Mendes, tem uma sutil elegância em seus posicionamentos: fala sem agredir, responde à altura, perdoa, mas não esquece as agressões e os agressores.
O Secretário de Assistência Social de Várzea Grande, que se intitula bispo e é famoso por ser um mercador da palavra, aproveitando essa pouca notoriedade para faturar espaços políticos, ficou inerte, atônito, sem graça e, o pior, sem saída, em um evento concorrido na tarde de ontem, que provavelmente lhe trouxe a maior vergonha de sua existência.
O cidadão que vive de redes sociais e exploração da ignorância ficou famoso por uma indelicadeza cometida com o Governador Mauro Mendes (na época em que o casal governador passava por um momento delicado e de muita aflição, já que a Primeira Dama enfrentava um câncer agressivo e estava em tratamento), fato esse de conhecimento público, já que a mídia vinha publicando, há vários dias, a história sobre o estado de Virginia, que lutava contra um câncer altamente agressivo.
Na ânsia de aparecer e tentar seus poucos segundos de fama, em um evento público, provocando uma cena de mau gosto e agindo com total desumanidade, o Sr. Bispo foi completamente agressivo e inconveniente em um espaço público, fazendo de tudo para buscar holofotes com uma abordagem inadequada.
Na época, Virgínia, com graves problemas de saúde, foi indiretamente atacada por esse senhor, que foi agressivo, deselegante e tentava, a todo custo, ser notado com a palhaçada que promovia, tentando intimidar o Governador e causando um episódio constrangedor, já que o chefe de Estado estava ali cumprindo uma agenda e dali retornaria para o aeroporto Marechal Rondon, indo diretamente para São Paulo, onde sua esposa se submeteria, naquele dia, a uma delicada e invasiva intervenção cirúrgica.
Ser gentil e elegante é uma premissa que jamais pode ser abandonada por quem tem pretensões políticas sabidamente conhecidas.
O Sr. Bispo permitiu que o implacável tempo (coisas da vida) lhe desse o troco hoje. Só não esperava que Virgínia, atualmente saudável e altiva como sempre, em público, no ápice de uma elegância e sobriedade que fazem parte de sua conduta, sem nunca se furtar desse exercício, mas sempre se notabilizando pela defesa leonina de sua família, abusando de sua sinceridade e autenticidade, seja em que circunstâncias for, mas sem jamais perder a ternura.
O mais engraçado do episódio é que, não se sabe por que, a Prefeita de Várzea Grande nomeou esse cidadão para uma pasta estratégica, que exige simplicidade, postura, entrega, circulação e seriedade, atributos que, sabe-se, na terra de Couto Magalhães, dos poucos que conhecem esse rapaz, não lhe cabem. Aliás, dizem que ele tem um perfil agressivo de aproveitador das mazelas de pessoas humildes, e isso provavelmente ainda não é de conhecimento da Prefeita eleita.
A Prefeita, pessoa preparada, assustada com as repercussões negativas que o fato lhe trouxe, deve estar pensando com seus botões e repensando a nomeação, provavelmente indicação política de seu secretário. Ela deve ter tido momentos reflexivos, regados à avaliação da escolha equivocada, a qual, no mínimo, carregará por momentos, já que sua decisão não poderia ter sido pior e mais inoportuna, haja vista que terá que trabalhar de forma consonante e em parceria com o programa “Ser Família”, criado e gerido pela Primeira Dama e sua equipe de executivos, em conjunto com a Secretaria Estadual de Ação Social.
Com os tantos desafios herdados pela Prefeita de Várzea Grande, ela deve procurar dar uma solução político-administrativa diante do fato ocorrido. Pois, a Prefeita não pode e nem deve deixar que esse abalo seja um fator desagregador nesse fundamental relacionamento.
Logo na Assistência Social, pasta que tanto precisará do apoio da senhora Virginia e que já começa atravessada e com o pé esquerdo, a escolha desse secretário pode desvirtuar os objetivos tão urgentes da pasta.
Provavelmente, a Dra. Flávia Moretti, sendo inteligente como é e estando tão necessitada de participações e apoio de tantos, reveja sua indicação no tempo certo e dispense o Bispo, que deveria se restringir aos púlpitos, destilando seus venenos, que, diga-se de passagem, nada apresentam de cristão com a humildade característica das pessoas de Deus.
A Dra. Flávia e o trabalhador povo de Várzea Grande poderiam ter dormido sem essa. Tremendo tiro no pé no início de gestão.
Halisson Lasmar é jornalista e publicitário