Dono de pousada afirmou que teve que contratar pessoas para auxiliar no combate às queimadas
Imagens feitas em Chapada dos Guimarães, neste final de semana, mostram a gravidade das queimadas que atingiram os paredões da região.
Um dos locais afetados foi o Mirante da Atmã Pousada e Restaurante, cuja estrutura quase foi atingida pelo incêndio, que começou na sexta-feira (28) e se prolongou até domingo (30).
Conforme os vídeos, é possível ver a formação de uma extensa linha de fogo no alto do morro onde fica a pousada.
“Começou às 20h de sexta-feira e queimou sábado e domingo. Ontem inclusive, o fogo chegou a vir perto da minha casa de repente ele pegou um ‘broca’, pulou uma estrada de acesso e foi paro vizinho”, afirmou o proprietário da pousada, Antonio Checchin Junior, o “Leivinha”.
“Queimou quase tudo. Conseguiram resguardar o restaurante e a casa, o resto está em baixo de fogo. Se você vir a minha vizinha, é de chorar. É impressionante”, relatou o empresário. Segundo ele, apesar do susto, funcionários e hóspedes não se feriram.
Leivinha revelou que teve que chamar uma equipe de 11 pessoas para passar a noite e o fim de semana tentando conter o fogo. Nenhuma autoridade compareceu ao local, diz.
“A Aeronáutica me cedeu seis bombas costais e abafador porque não tínhamos equipamento para tanta gente. Isso foi sábado de manhãzinha. Porque a noite ficamos minha mulher, meu peão e eu combatendo o fogo. Foi complicado”, relatou.
“Se não tivéssemos feito esse trabalho, ia pegar fogo na pousada, restaurante, ninguém controlava nada. Só quem vê é que sabe a dimensão. É uma coisa fora de série”, disse.
As autoridades chegaram quando o fogo já estava contido no morro e ameaçava chegar à área do Cindacta (Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo da Aeronáutica), segundo o empresário.
Agora, conforme Leivinha, o fogo está tomando o Morro do Alto Céu, também no parque Nacional de Chapada dos Guimarães
“Perdi meu xodó”
O empresário ainda explicou que ao pereber o fogo com dimensões assustadoras se desesperou e foi para a linha de frente proteger seus bens e a vegetação no entorno da pousada.
“Caiu uma árvore de angico, que era meu xodó, de quase 100 anos. Ainda fiz aceiro em volta dela, mas acho que fogo entrou pela raiz. Hoje eu passei lá e ele estava caído”.
“Quando você vê, o fogo pega no alto, dá uma ‘língua de fogo’ e começa a pegar lá na frente. Se você não tomar cuidado, fica no meio do fogo. É complicado”.
Leivinha ainda contou que viveu algo parecido em 2010, logo que abriu a pousada. Para ele, a experiência com o incêndio naquela época o fez conseguir salvaguardar o restaurante e a pousada neste fim de semana.
“Estou com a pousada 10 anos. Em 2010 pegou um fogo assim. Muito feio. Isso que nos ajudou a conter esse fogo. Eu tive uma noção, e nós mantivemos a estrada bem rapada e baixinha e em volta da estrada fizemos uma espécie de aceiro. Então, ali o fogo não conseguia pular de um lado para o outro”, contou.
Veja os vídeos:
Fumaça em Cuiabá
Devido ao forte incêndio na floresta, a manhã e a tarde desta segunda-feira (31) uma densa nuvem de fumaça está sobre Capital.
A quantidade era tão grande que afetou a visibilidade em vários pontos da cidade, além de causar desconforto e problemas de saúde.
Segundo o Corpo de Bombeiros, um vento em direção ao norte – que se intensificou no meio da manhã – foi o responsável por trazer a fumaça de Chapada para a Capital.
Além disso, as queimadas ainda não foram controladas no Pantanal Mato-grossense, que tem sido castigado pelos incêndios há cerca de um mês.
Fonte: MidiaNews
