Vídeo: Resgate do cavalo Caramelo vira destaque no mundo e animal já é símbolo do RS

Fonte:
Cavalo Caramelo. Foto: Reprodução/TV

A história do cavalo que ficou ilhado em um telhado no Rio Grande do Sul viralizou nas redes sociais ganhou manchete de jornais internacionais e comoveu o mundo. As imagens do animal, que se chama Caramelo, circularam na web nas últimas 24 horas, tempo em que o animal foi visto pela primeira vez sob um teto.

Para a população em geral, a imagem de um cavalo em cima do telhado é surpreendente. Para as pessoas que defendem os animais, é uma imagem perturbadora. Agora, para os gaúchos, nos dias de hoje, é o estado do Rio Grande do Sul resistindo a um desafio monumental.

Depois disso, o cavalo se tornou onipresente em todas as telas: na televisão, no computador e no celular. As imagens correram o mundo e ganharam espaço nas principais emissoras e sites do mundo. A essa altura, já não era mais o drama de um cavalo. Era o drama do Caramelo.

Retirar o animal dali era um desafio logístico por conta do tamanho e do peso. E a solução para o resgate só foi encontrada na manhã desta quinta-feira (9), mais de 24 horas depois do Brasil ter tomado conhecimento daquela situação.

Na manhã desta quinta (9), bombeiros e Forças Armadas sobrevoaram a área que continuava muito alagada. A água não baixava. O animal, na mesma situação: imóvel. Foi preciso montar uma força-tarefa. Bombeiros e uma equipe do Exército chegam ao local em dois botes e um barco. A água baixou e deu espaço para o animal.

Veja vídeo:

Primeiro, foi preciso amarrar o cavalo. O stress poderia fazer com que ele se desequilibrasse na hora do resgate. Com cuidado, eles conseguiram deitar o cavalo em um dos botes. Isso já foi uma conquista fundamental. Cavalos, na maioria das vezes, dormem em pé. Um veterinário aplicou o soro para garantir a hidratação. A embarcação navegou 4 km pelo bairro alagado. Uma viagem até um ponto seguro.

O bote do Corpo de Bombeiros chegou a terra firme do bairro Mathias Velho levando o animal símbolo do Rio Grande do Sul: o cavalo. A embarcação foi colocada no reboque, e o reboque transportado para um caminhão com cuidados extremos por causa do estado de debilidade do animal.

O animal, que recebeu o apelido de “Caramelo”, passou quatro dias em cima do telhado, sem beber água ou se alimentar.

A imagem foi registrada pelo helicóptero da TV Globo e chocou a população brasileira. Com isso, o cavalo Caramelo se tornou um dos símbolos da tragédia no Rio Grande do Sul, que já causou a morte de pelo menos 107 pessoas.

Foto: Corpo de Bombeiros

Resgate

O cavalo que ficou ilhado em um telhado na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, foi resgatado na manhã desta quinta-feira (9). O animal ganhou o apelido de Caramelo e causou comoção nas redes sociais.

O resgate foi feito pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo — veterinários acompanharam toda a ação. Para ser retirado do local, o equino foi sedado e colocado em um bote.

O veterinário da Polícia Militar Augusto Moscardini explicou, em entrevista a Globonews, que os veterinários que participaram da operação em Canoas tiveram que avaliar muito o animal que tem entre 450 e 500 quilos.

Foto: Henrique Cardoso/Arquivo pessoal

“Certamente uma operação bastante complexa”, afirmou Moscardini. “Mesmo que seja um animal manso, na hora de aplicar a anestesia e chegar mais pessoas ele poderia ter tido algum tipo de reação brusca que colocasse a integridade das pessoas que estão ali. Mesmo na hora de sedar esse animal tem uma movimentação pequena, e a gente observou que o espaço que estava lá era restrito.”

A notícia do cavalo Caramelo provocou uma comoção generalizada entre os brasileiros. As buscas por “cavalo no telhado” no Google estavam em 16º lugar nas tendências de pesquisas diárias às 7h45 desta quinta-feira, com mais de 10.000 buscas. Além disso, a hashtag “#SalvemOCavaloDeCanoas” ocupava o 1º lugar nos assuntos do momento no Brasil, no X, com 138.000 citações.

Animal ainda corre riscos

O animal ficou pelo menos 24 horas ilhado e, de acordo com Augusto Moscardini, ainda corre riscos. Enquanto transportam o cavalo, os veterinários seguiram aplicando a medicação para que ele permanecesse imóvel.

O cavalo também deve receber litros de soro para repor a quantidade de líquido que perdeu nas 24 horas que ficou ilhado.

Cavalo Caramelo comendo após ter sido resgatado. — Foto: Reprodução/Eduardo Paganella

Cavalo Caramelo comendo após ter sido resgatado. — Foto: Reprodução/Eduardo Paganella

“Apesar de serem animais bastante rústicos e resistentes, os cavalos são bastantes sensíveis à mudança de rotina e até ao decúbito prolongado, o tempo que ele passa deitado. É um animal que tem uma série de complicações se passar muito tempo deitado.”

De acordo com Moscardini, os cavalos podem sofrer complicações se permanecerem muito tempo deitados. Animais que passam por algum tipo de cirurgia emergencial só podem ficar entre uma hora e uma hora e meia nesta posição.

“As complicações desde uma baixa de pressão, o que interfere na vascularização da musculatura. Pode causar alguns tipos de lesão no músculo e no sistema nervoso periféricos. Alguns tipos de problemas gastrointestinais podem acontecer em decorrência desse decúbito prolongado, e uma condição que a gente chama de rabidomiólise.”

Bombeiros usam um bote inflável para transportar cavalo resgatado de cima de um telhado em Canoas — Foto: Wesley Santos/AP

Bombeiros usam um bote inflável para transportar cavalo resgatado de cima de um telhado em Canoas — Foto: Wesley Santos/AP

Veja matéria completa da Globo sobre o assunto: