Vendedores do shopping popular persistem e dão a volta por cima 1 ano após tragédia

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Um ano após a maior tragédia já registrada no comércio da capital mato-grossense, o incêndio do Shopping Popular de Cuiabá, o sentimento que domina o ambiente é o de lembranças e recomeço. No estacionamento do mesmo local, em que em poucas horas o fogo destruiu mais de 600 lojas no dia 15 de julho de 2024, o burburinho nos corredores onde os boxes, improvisados, foram instalados, voltam a sinalizar esperança.

As vendas retornaram, e a reconstrução do novo prédio segue a todo vapor com 80% da obra erguida. Ainda assim, apesar do otimismo, o fatídico dia ainda está bem vivo na memória dos comerciantes que da noite para o dia perderam tudo. Aquela madrugada marcou para sempre a vida de todos, entre eles a do empresário Ariovaldo Mundim, o Ari Capas. Ele se recorda que dormia em casa quando, por volta das 4h da manhã, foi acordado de forma abrupta pela funcionária que trabalhava com sua família.

“Ela costumava chegar às 7h, mas naquele dia chegou batendo na porta, gritando, desesperada; ‘Você não está sabendo? O Shopping Popular pegou fogo’”. Apesar lembrança triste, ele se recorda ainda que mesmo diante da tragédia, e se sentindo perdido, para ele, a ideia de parar nunca foi uma opção.

“Nunca pensei em desistir. Sempre pensei em renascer, em recomeçar”, afirma o empresário. Mariany Katika, também jamais vai esquecer aquele dia e a “premonição” que teve. “Parece que Deus já estava avisando. Na noite do dia 14, lá na minha casa estávamos sentindo um cheiro de queimado, mas não tinha nada. Poder ser que era um pressentimento do que aconteceria no shopping”.

Foto: João Vieira/GD

Quando recebeu a notícia sobre o incêndio, por volta das 1h40, conta que nunca imaginou a proporção que era. “A gente não tinha noção que era tão grave”. Ela que assim como os demais perdeu tudo, mas não desistiu de recomeçar. “Restou apenas a chave do box em nossas mãos, mas hoje estamos aqui nos reerguendo”. Aquele dia marcou também quem se envolveu no atendimento. Durante a ocorrência todas as equipes do Corpo de Bombeiros em Cuiabá e Várzea Grande foram acionadas, os da ativa e inclusive aqueles de folga.

“Foi muita carga de incêndio, material inflamável, uma área grande, demoramos para liberar o local e o rescaldo”, lembra o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Heitor Fernandes da Luz. (Gazeta)