Veja revela guerra de interesses bilionários de ministro e políticos de MT

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Em setembro de 2020, o Radar mostrou que a lua de mel entre o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas e a Rumo, concessionária de ferrovias, caminhava para uma transformação radical.

Com a decisão de Freitas de colocar para andar o projeto da Ferrogrão, linha que abriria os portos do Norte para a safra do Mato Grosso, a concessionária que opera na rota dos portos do Sudoeste precisaria buscar aliados contra os planos do ministro.

Oficialmente, tanto Freitas quanto a Rumo não travam uma guerra pública sobre o tema. A guerra entre o grupo do ministro, que defende a Ferrogrão e os emissários da concessionária, que são contra, se dá de forma velada, pela imprensa local e a partir de manifestações de políticos do Mato Grosso.

O governo acompanha a evolução do noticiário, no MT, hostil ao projeto da Ferrogrão e atribui os ataques a Freitas ao lobby da concessionária. No fim do ano passado, o senador Jayme Campos (DEM) foi para a tribuna da Casa e bateu forte no ministro da Infraestrutura falando contra a Ferrogrão e a favor da Ferronorte, linha operada pela Rumo.

Campos cobrou “humildade” do ministro e exigiu que ele tivesse “respeito com o Mato Grosso” ao lidar com a discussão das ferrovias. O senador deixou claro seu descontentamento pelo fato de Freitas priorizar a construção da Ferrogrão enquanto a Ferronorte, da Rumo, já construída, necessitaria apenas de uma ampliação para atender aos interesses do estado.

“Como o governo estabelece como prioridade essa questão da ferrovia? Eu acho que o ministro Tarcísio, com todo respeito, tem que ter mais humildade e mais respeito com aqueles que de fato produzem, como é o caso de Mato Grosso. Até agora o ministério não teve nenhuma boa vontade”, disse Campos.

O discurso de Campos deflagrou uma série de manifestações críticas, no Mato Grosso, ao projeto da Ferrogrão de Freitas, que avançaram nos primeiros dias de 2021. Para aliados do ministro, a guerra foi aberta e Freitas está pronto para a luta.

Fonte: Folhamax