O prefeito emedebista, Emanuel Pinheiro, que enfrentou Abílio Junior(Podemos), na busca pela reeleição venceu neste domingo(29), a queda de braço eleitoral, neste segundo turno das eleições em Cuiabá.
Em uma apuração voto a voto, com altos e baixos, mas com o emedebista desde o início saindo na frente, ainda que com pequena margem, mas mantendo até o fim. Assim, com a vitória de Pinheiro, o prefeito emedebista reeleito, enfrentará novos desafios ao longo dos próximos quatro anos de mandato.
O Bom da Notícia fez um levantamento dos principais gargalos que deverão demandar a atenção do gestor escolhido pela população neste domingo (29), cujo mandato se inicia no dia 1º de janeiro de 2021.
Confira:
Saneamento
Enquanto o abastecimento de água encontra-se praticamente universalizado na Capital – ainda que haja descontinuidade do serviço, fato constatado pelas reclamações de falta de água –, o mesmo não pode ser dito do tratamento de esgoto.
Dados do último relatório publicado pela agência que regula os serviços concedidos pelo Município, a Arsec, apontam que apenas 43% da população é beneficiada com coleta e tratamento de esgoto na Capital.
Educação
Cuiabá se mantém, desde 2007, com notas acima das metas estabelecidas pelo índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede a qualidade do ensino nas escolas públicas.
No entanto, além de lutar para manter esses índices positivos em 2021 – quando uma nova avaliação será feita -, o próximo prefeito também precisará lidar com a falta de vagas nas creches municipais.
Dados do município de janeiro de 2020 apontaram que 5.781 pais ou responsáveis não conseguiram vagas para seus filhos nas creches municipais. Segundo a atual gestão, o déficit se encontra em 8,5 mil vagas.
Além disso, o Plano Nacional de Educação (PNE) determina que 50% das crianças de 0 a 3 anos sejam atendidas pelas creches da Capital, índice que estaria em torno de 35,6% segundo o último Censo Escolar.
Habitação e regularização fundiária
A falta de moradia é outro problema a ser enfrentado pelo prefeito que assumirá a gestão 2021-2024. Segundo dados da Prefeitura de Cuiabá, o déficit habitacional atual é de 50 mil unidades.
A regularização fundiária é outro ponto a ser tratado com atenção. Estima-se que Cuiabá tenha cerca de 300 bairros, dos quais apenas 118 encontram-se regularizados até o momento.
Além disso, outro pepino são os chamados “grilos”. Atualmente, existem 89 ocupações irregulares de área pública ou de área de preservação permanente que foram alvo de fiscalização e objeto de manejo de ação judicial, seja pela Procuradoria Geral do Município ou pelo Ministério Público Estadual.
Transporte público
O valor da tarifa de ônibus, que hoje é de R$ 4,10, deixa Cuiabá na 11ª posição entre as capitais. O valor do serviço, porém, não se traduz em qualidade. A frota da Capital, atualmente composta por 369 veículos, possui idade média de seis anos e meio, segundo o Município.
Além disso, apenas 40% dos ônibus possuem ar-condicionado, o que torna mais difícil a vida dos 260 mil usuários do transporte público na Capital. Após a licitação do transporte, o compromisso das empresas vencedoras é de ter 70% da frota climatizada em três anos e chegar a 100% em cinco anos.
Emprego
O novo gestor deverá lidar com a Capital em um cenário de pós-pandemia da Covid-19, onde muitos postos de trabalho foram fechados, gerando desemprego e comprometendo a renda de muitas famílias.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que, após a somatória dos saldos de janeiro a outubro deste ano, 1.262 postos de trabalho com carteira assinada permanecem fechados na Capital.
Apenas em abril, no início da pandemia, foram 3.954 desligamentos. O saldo apenas voltou a ficar timidamente positivo a partir de julho – mas está longe do ideal.
Saúde
Uma das realidades que precisam mudar na Saúde de Cuiabá são as longas filas de espera para agendamento de exames e realização de cirurgias eletivas para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A demanda reprimida, conforme explica o Município, é em razão de a Capital atender a pacientes do Estado todo.
Além disso, a superlotação de Unidades de Pronto-Atendimento e Policlínicas é uma reclamação constante de quem utiliza o serviço.
Infraestrutura
A falta de pavimentação em bairros da Capital – bem como a qualidade do asfalto em alguns deles – é outro ponto problemático a ser enfrentado pelo próximo gestor.
Segundo dados da Prefeitura de Cuiabá, o Município tem cerca de 100 bairros ainda sem asfalto, o que significa aproximadamente 300 km de malha viária necessitando de pavimentação.
Fonte: O Bom da Notícia