A universitária, T.S.C.P., 23, presa em decorrência da operação “Smart”, é apontada como uma das líderes da associação criminosa, responsável pela receptação de aparelhos celulares roubados e/ou furtados. A jovem utilizava o dinheiro do crime para construir uma casa de luxo em um condomínio de Cuiabá.
A delegada titular da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Várzea Grande (Derf-VG), Elaine Fernandes da Silva, a universitária usava as noções do curso de administração para gerenciar a estrutura financeira da associação criminosa, mantendo uma rede de receptadores, organizada em pastas arquivos, em ordem alfabética.
A jovem foi presa em casa na manhã de quarta-feira (26), onde os policiais apreenderam cerca de 70 aparelhos celulares, caderno de contabilidade, máquina de cartões e diversas notas promissórias assinadas pelos respectivos receptadores.
“A líder ostenta alto padrão socioeconômico, inclusive está construindo uma mansão em um condomínio de luxo na Capital”, disse a delegada.
A operação “Smart” deflagrada na quarta-feira, teve objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido na receptação de aparelhos celulares roubados/furtados. A ação resultou na apreensão de 80 smarthphones, além da lavratura de 14 procedimentos na delegacia, sendo quatro prisões em flagrante e 10 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO), relacionados ao crime de receptação.
A operação integra a operação Pública Salutem, desencadeada pela Secretaria de Estado Segurança Pública (Sesp-MT). Todo efetivo operacional da Derf-VG participou da ação, que contou também com o assessoramento do Núcleo de Inteligência da unidade.
As investigações iniciaram em maio deste ano, após o furto de aparelhos celulares na loja da Havan, em Várzea grande. O crime ocorreu no dia 04 de maio, ocasião em que os criminosos escalaram o telhado da empresa, invadiram a loja e subtraíram diversos aparelhos das marcas Asus, LG, Motorola, Apple e Samsung, avaliados em R$ 70 mil.
Durante as investigações, a equipe da Derf-VG descobriu a atuação do grupo criminoso, o qual atua alinhado com o mercado receptador, que encomenda a carga aos executores dos roubos e furtos. As cargas de aparelhos celulares, geralmente, são furtadas/roubadas em proximidades de datas comemorativas, nas quais os produtos de origem criminosa, são inseridos no mercado consumidor.
“No caso do furto da Havan, a carga furtada foi, certamente, receptada para ser injetada no mercado consumidor no dia das mães”, disse Elaine.
Para a delegada, identificar e responsabilizar o mercado receptador é tão, ou mais importante, quanto desarticular a associação criminosa responsável pelo roubo/furto. “É importante a sociedade se conscientizar através dos rigores da lei, sobre os danos causados pela receptação, uma vez que, um produto receptado, pode muitas vezes ter sido a causa da perda de uma vida, como em casos de latrocínio”, disse.