A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) contribuiu significativamente para um avanço importante no combate à dengue. Recentemente, um artigo publicado na renomada revista científica The Lancet revelou que a vacina Butantan-DV, em fase 3 de testes, demonstrou uma eficácia de quase 70% em populações de 2 a 59 anos, com um perfil de segurança sólido.
Os professores Cor Jesus Fernandes Fontes e Luciano Teixeira Gomes, da UFMT e do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM), contribuíram para a coleta de dados em Mato Grosso. Segundo o professor Luciano Gomes, uma proteção acima de 50% já é considerada significativa, e a eficácia de 67% observada na vacina é um avanço importante na perspectiva epidemiológica.
“Nosso resultado, 67%, é muito bom, principalmente pensando na perspectiva epidemiológica, porque muitas pessoas vão estar protegidas, diminuindo a sobrecarga no sistema de saúde por causa da doença”, afirmou Gomes.
Os resultados desta fase serão submetidos à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e à FDA (Food and Drug Administration) para avaliação e possível aprovação da vacina no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente. Mais de 16 mil voluntários participaram do estudo, sendo que mais de 10 mil receberam uma dose da vacina, enquanto os demais foram incluídos no grupo placebo para comparação dos resultados.
A pesquisa também avaliou a circulação dos sorotipos 1 e 2 do vírus da Dengue, predominantes no Brasil durante o estudo, mas não dos sorotipos 3 e 4. Isso significa que a solicitação de aprovação da vacina será focada na prevenção contra os tipos 1 e 2 da doença, enquanto a eficácia contra os outros sorotipos ainda precisa ser comprovada.
O professor Luciano Gomes ressaltou a importância de uma vacina contra a Dengue no Brasil. “Estamos em um país em que a Dengue é endêmica, então todos os anos vemos um surto. É uma doença que causa uma alta taxa de hospitalização, as pessoas precisam se afastar do serviço, têm sintomas muito fortes e morrem. Então ter uma vacina que diminui a incidência, diminui as hospitalizações, diminui a gravidade da doença e diminui o número de óbitos, sem sombra de dúvidas é algo muito relevante”, destacou.
O artigo completo pode ser acessado neste link. (Fonte: PNB)