Mesmo com toda resistência dos taxistas em Cuiabá, tudo indica que nos próximos dias o Uber deva começar a operar na Capital. Numa página do aplicativo, um telefone já está disponibilizado e a mensagem de que “a sociedade de Cuiabá agora pode contar com o serviço Uber”.
O funcionamento do aplicativo, segundo um dos participantes do grupo, está condicionado apenas aos últimos ajustes, como leis e sindicatos. Outra postagem do dia 08 confirma que “na próxima semana o cadastramento dos motoristas já podem ser realizados”.
Nas redes sociais, um grupo em defesa do aplicativo já foi criado. O “Libera o Uber Cuiabá – Dirija com Uber Oficial”, criado em 02 de novembro já conta com quase 500 membros onde são criadas discussões favoráveis ao aplicativo em Cuiabá.
Temendo a chegada do Uber em Cuiabá, representantes dos taxistas estiveram na Câmara de Cuiabá na última quinta-feira (10), pedindo apoio dos parlamentares para efetividade da lei 5.921/2015. A referida regulamenta o serviço de transporte individual de passageiros através de permissões.
Segundo Adailton Lutez Bispo, presidente do sindicato dos taxistas, que atualmente representa 604 motoristas em Cuiabá, os profissionais passam por um momento de impasse, com risco de “ser retirado um direito legal”. “Somos uma categoria que presta um serviço e pagamos impostos para isso”, diz.
Para os taxistas, o Uber é uma atividade ilegal, já que funciona com carros particulares, não tem registro na cidade, não possui cadastro imobiliário, tão pouco inscrição estadual ou municipal, o que banalizaria o serviço. Os taxistas que já estão ameaçados pela crise financeira, que diminuiu em 20% a 40% as corridas, não aceitam que outros motoristas atuem de forma irregular.
Os trabalhadores pedem que a Câmara aprove um projeto de lei que proíba a atuação do aplicativo na cidade, estabelecendo multas e penalidades a seus infratores.
O secretário de Mobilidade Urbana de Cuiabá, Thiago França, chegou a gravar um vídeo em que afirma que um projeto de Lei prevendo a proibição da atuação da empresa Uber, em Cuiabá, foi encaminhado para análise da Procuradoria-Geral do município. Mas depois encaminhou uma nota dizendo não ser contra o aplicativo e reconhecendo que o UBER é uma tendência mundial e nacional.
“Agora, outra coisa é o transporte remunerado com veículo individual de pessoas; que precisa ser amplamente dialogado com a sociedade e com o segmento, de maneira transparente, com regras e ordenamento claros e objetivos. O serviço de táxi é um serviço público, que precede de licitação e que possui regras municipais e nacionais”, disse.
Um motorista que esteve na reunião do aplicativo, que ocorreu no mês passado, afirma que o Uber é muito criterioso. Ele diz que ainda não encaminhou a documentação para se inscrever como motorista. Mas que existem vários critérios para entrar. Pontuou ainda que a empresa oferece todo suporte jurídico, inclusive para eventuais conflitos.
“Tem que ser disponibilizada toda a documentação pessoal, o veículo estar em dia, é feito inclusive uma checagem de antecedentes criminais, há todo um cuidado para que seja feito da forma mais idônea possível”, diz.
O Uber é uma empresa multinacional americana de transporte privado urbano. Ele permite que a pessoa utilize o próprio carro para ganhar dinheiro com viagens.
O aplicativo permite a comunicação entre o passageiro e motorista particular associado ao Uber. Todos os passageiros são cadastrados no aplicativo e o motorista é quem faz o horário de trabalho.
A Uber oferece um serviço de transporte similar ao táxi, mas com a flexibilidade de funcionar online, por meio do celular. O preço pago pelo passageiro também é mais baixo.
No país, a Uber está ativa em cidades, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Goiânia (GO), Salvador (BA), Londrina (PR), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Vitória (ES).
A empresa cobra percentual das corridas e taxas para cobrir os gastos com telefones, mas o restante fica para os motoristas (75% do preço das viagens). Em folders distribuídos aos interessados, a promessa é de ganho bruto médio de R$ 4 mil/mês.