TRF nega liberdade a lobista acusado de liderar tráfico internacional

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O ex-lobista e empresário Rowles Magalhães Pereira da Silva, preso durante a deflagração da Operação Descobrimento e acusado de chefiar uma organização criminosa especializada em tráfico internacional de drogas, teve um pedido de revogação de prisão preventiva negado pela Justiça. De acordo com o juiz federal Saulo Casali Bahia, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, apontou que as acusações são graves e a investigação é complexa.

Rowles é um dos alvos da Operação Descobrimento, deflagrada para desbaratar um esquema de envio de drogas de Mato Grosso para Portugal. Ao todo foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. No país europeu, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpriu três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.

A defesa de Rowles alegava que a prisão preventiva do empresário foi decretada em março de 2021, o que apontaria uma ausência de contemporaneidade. Os advogados do empresário também destacaram que a garantia da ordem pública, que motivou a detenção, não poderia ser deturpada, solicitando assim a revogação da decisão.

O pedido de prisão foi adiado após um pedido de sobrestamento feito pelo delegado da Polícia Federal, que alegou a necessidade de aprofundamento das investigações. O objetivo era identificar outras pessoas e a detenção de Rowles, naquele momento, poderia atrapalhar o andamento do trabalho da polícia.

Para o juiz Saulo Casali Bahia, no entanto, a manutenção da prisão preventiva é necessária, porque, segundo o magistrado, os crimes aos quais Rowles Magalhães responde são vultuosos, apontando ainda que as condutas do empresário são graves e a investigação é bastante complexa, optando assim por negar o pedido feito pela defesa do ex-lobista.

OPERAÇÃO DESCOBRIMENTO

As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Após apresentar problema em um dos três motores e ser inspecionado por equipes de mecânicos da empresa responsáavel pela manutenção, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

A droga era transportada no avião de uma empresa privada ligada ao lobista Rowles Magalhães Pereira da Silva, que ficou conhecido por denunciar um esquema de propinas nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

A partir da apreensão feita em Salvador, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

A operação também resultou na prisão do ex-lobista do VLT, que foi detido em São Paulo. Na casa do empresário, em Cuiabá, a Polícia Federal apreendeu cédulas de dólar, euro, além de itens de luxo como bolsas e acessórios de marcas famosas, como Valentino, Prada, Louis Vuitton, Yves Saint Laurent e Chanel, além de relógios Rolex.

Fonte: Folhamax