O plano do Governo de MT de adquirir 1,2 milhões de doses da vacina russa Sputnik V e vacinar toda a população acima de 30 anos, parece estar indo por água abaixo com um provável parecer contrário da Anvisa, órgão responsável pela aprovação da compra do imunizante. A votação dos técnicos está ocorrendo na noite desta segunda-feira (26). Três técnicos já se pronunciaram contrários à importação da vacina russa.
O Gerente-Geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes Lima Santos, votou contra a importação da vacina Sputnik V. Segundo Gustavo, faltam dados importantes na documentação apresentada pelo fabricante.
A Gerente-Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária Ana Carolina Moreira Marino Araujo relata neste momento como foi a inspeção no laboratório russo, que produz cada etapa da vacina em três locais diferentes. Não foi possível a visita ao Gamaleia, diz a gerente. A gerência não recomenda a importação da vacina russa.
Suzie Marie Gomes, Gerente-Geral de Monitoramento de produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária, também aponta “falhas na condução da pesquisa, nos ensaios clínicos e na qualidade final do produto”. Ela ainda cita a possibilidade de choque anafilático no uso do medicamento e também é contrária à importação da vacina.
Confira reunião da Diretoria da Anvisa ao vivo na noite desta segunda-feira
Para Mato Grosso a negativa frustra a expectativa de recebimento de 1,2 milhão de doses da vacina.
No dia 31 de março o governador Mauro Mendes e o secretário de Saúde Giberto Figueiredo assinaram contrato com o fabricante da vacina russa Sputnik para a compra de 1,2 milhão de doses ao custo de 9,95 dólares por dose, com previsão de entrega em abril. O custo total é de U$S 11,95 milhões.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) marcou para esta segunda-feira (26), às 18h, uma reunião extraordinária da diretoria colegiada para avaliar os pedidos de estados e municípios para importação da vacina Sputnik V, usada na imunização contra a covid-19. O imunizante é produzido pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.A reunião de deliberação foi marcada dentro do prazo estipulado pela lei e de acordo com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que determinou a análise da questão dentro do prazo de 30 dias.
CTNBio já havia aprovado
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou requisitos de biossegurança da vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto russo Gamaleya em parceria com a farmacêutica brasileira União Química.A aprovação da CTNBio é condição para a inserção de qualquer organismo geneticamente modificado no mercado brasileiro, a exemplo de vacinas como a Sputinik V. Contudo, o uso do imunizante depende de aprovação também da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A análise da Agência teve início na tarde desta segunda-feira (26).
Segundo a CTNBIo, órgão ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a análise das informações teve início na semana passada. Foram solicitados documentos adicionais à União Química, como informações sobre o método de obtenção de linhagens de adenovírus.
A União Química entregou à CTNBio a documentação exigida. Os integrantes da Comissão entenderam que os dados complementares atenderam às exigências necessárias para a aprovação.
De acordo com a comissão, a aprovação dos aspectos de biossegurança é passo importante para o processo de avaliação e eventual permissão da importação e ou do registro definitivo da vacina. (Com informações da Agência Brasil/Caldeirão)