A travesti, que foi agredida por um tenente coronel da reserva remunerada da Polícia Militar, disse que foi ameaçada de morte pelo oficial. Em entrevista ao HNT/HiperNotícias, a transexual relatou que não extorquiu o suspeito e que decidiu não o representar criminalmente por sentir “medo”.
O fato aconteceu na madrugada desta segunda-feira (3), em um motel localizado no bairro Jardim Presidente I, em Cuiabá, e não na região do “Zero KM”, em Várzea Grande, como foi noticiado anteriormente. A transexual alega que em nenhum momento cometeu o crime e que foi agredida pelo militar. O nome do policial, no entanto não foi revelado.
“Essa informação de que eu tentei extorqui-lo é mentira, eu estava trabalhando. O boletim de ocorrência está registrado e me colocaram como vítima. Eu não quis representá-lo criminalmente por medo, pois ele é uma pessoa influente e de poder. Ele é um desequilibrado. Depois que eu chamei a Polícia Militar, ele me ameaçou e deu coronhadas na minha cabeça”, disse a travesti.
À reportagem, a vítima relatou que antes de se relacionar com o suspeito, o tenente coronel já havia feito programa com outras duas mulheres. No entanto, o oficial não teria aprovado os serviços das profissionais e pediu que a recepção do hotel chamasse uma travesti.
“Quando eu entrei no quarto, ele já estava alterado, parecia que estava bêbado. Em seguida, eu perguntei quanto tempo ele queria ficar e ele me disse que não tinha hora para sair e que apenas queria ser bem tratado e ter uma noite agradável. Ele ainda falou para eu não me preocupar com valores e que se eu fosse gentil, ele me pagaria bem”, explicou.
A travesti relatou que ficou três horas tendo relações com o oficial e que após o trabalho, o militar queria pagar apenas R$ 50.
“Eu fiquei com ele mais de três horas, fiz de tudo. No final, ele quis me pagar só R$ 50. Aí eu disse para ele que o meu valor seria R$ 150 a hora e que ele tinha que me dar R$ 450. Aí ele começou a ficar alterado e que eu estava tentando extorqui-lo. Em seguida, ele pegou a arma e me deu coronhadas. Eu gritei, pedi socorro para os funcionários do motel e disse que ia chamar a Polícia Militar. Aí, ele ficou mais nervoso ainda”.
Por fim, a vítima conta que após os policiais chegarem, o tenente coronel mandou que os militares a prendessem.
“Quando os policiais chegaram, ele mandou os militares me prender falando que eu era uma assaltante. Ele estava muito alterado”, concluiu.
Após as agressões, a travesti foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para ser realizado exame de corpo de delito. Logo depois, ela foi levada à delegacia, mas decidiu não representar contra o militar.
Já o tenente coronel foi encaminhado à Central de Flagrantes para procedimentos.
Fonte: Hipernotícias