TJD afasta Aron Dresch do comando da Federação de Futebol de MT

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O presidente da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMT), empresário Aron Dresch, foi afastado automaticamente, na noite desta sexta-feira (28), do comando da entidade por 120 dias, conforme determinação do auditor do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), Renato de Perboyre Bonilha, em decorrência de descumprimento de decisão liminar. Ele também foi multado em R$ 80 mil.

A decisão foi proferida em recurso do União Esporte Clube, de Rondonópolis, contra Dresch e a FMF. Ao invés de descumprir, na visão do presidente do TJD, ele deveria recorrer e não simplesmente alegar que “se encontrava amparado por uma decisão trabalhista que determinava o bloqueio de qualquer tipo de receita junto a patrocinadores e à FMF”.

“Em que pese o entendimento da Federação de Futebol, deveria o mesmo buscar, através dos recursos disponíveis, a suspensão da decisão deste relator e não deixar de cumprir uma liminar proferida pelo Tribunal de Justiça Desportiva, o que demonstra a falta de respeito da pessoa do presidente por este TJD”, argumentou o presidente do Tribunal.

CONFIRA A DETERMINAÇÃO DO TJD

Em se confirmando o afastamento de Dresch, quem assume é o vice-presidente Agnaldo Turra, presidente do Sinop, ou o segundo vice-presidente Márcio Carreto Pardal, que foi presidente do Mixto Esporte Clube.

Aron Dresch não atendeu nem retornou às ligações da reportagem do Cuiabano News.  Ele foi presidente do Cuiabá Esporte Clube, atual tricampeão de Mato Grosso e  que disputa a Série B (Segundona) do Campeonato Brasileiro 2019. Em abril de 2017, assumiu a presidência da FMF, como o primeiro mandatário eleito após a morte do barão Carlos Jácomo Orione, comandante da instituição por mais de quatro décadas.

ENTENDA O CASO

Ao procurar a FMF visando a regularização de cinco jogadores para reforçar sua equipe de futebol sub-19, que está na decisão do Estadual contra o Cuiabá EC (time da família de Aron), os representantes do União foram notificados de que não poderiam efetuar a transferência por determinação da Justiça do Trabalho que ordenou o bloqueio de qualquer tipo de receita ou transação financeira do clube junto a patrocinadores e à própria FMF. Com esse argumento e alegando cumprimento de norma judicial devido a dívidas trabalhistas, Aron vetou a inscrição dos novos atletas, na última quarta-feira.

O União reingressou com ação no TJD nesta sexta-feira e conseguiu uma liminar determinando que a federação atendesse essa solicitação inscrevendo os jogadores que deveriam ter o nome divulgado no BID (Boletim de Informação Diário da CBF), estando assim habilitados para o jogo deste final de semana, sob a pena automática de afastamento do presidente por 120 dias e multa de R$ 80 mil. O presidente do União, Edicarlos Olegini alegou que tentou diálogo com Dresch e reclamou que não foi atendido e não conseguiu sequer falar com o presidente.

ATÉ O ÚLTIMO MINUTO

Antes de informar à imprensa sobre a decisão do TJD, o departamento jurídico do União checou até o último minuto para ver se o nome dos novos jogadores foram divulgados no BID – o prazo era até às 18 horas desta sexta, no entanto, a verificação prosseguiu até às 21 horas sem resultado positivo. “Não foram divulgados os nomes e os atletas não estão inscritos. A determinação judicial não foi atendida e esperamos que agora a lei seja cumprida”, afirma o advogado do União, Márcio Garcia, que reclamou muito de Aron:

“Ele, como presidente da FMF, tem o dever de cumprir as determinações judiciais e não as ignorar. Não pode se sentir um deus e nem usar o cargo para beneficiar o clube de sua família. É ilícito, ilegal e imoral”, afirma Márcio Garcia, adiantando que vai começar a tratar de assuntos da federação já se comunicando com o vice-presidente, ‘que deve assumir e ficar no período de pelo menos 120 dias’. Já iremos informar ao TJD que aplicará a pena”, disse o advogado.

Colaborou: Darwin Júnior