Após mais de um ano sem operar, a Usina Termelétrica de Cuiabá (UTE) Mário Covas retomou as atividades e está gerando em média 480 megawatts de energia elétrica ao dia, sua capacidade máxima, conforme boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A liberação do fornecimento de gás natural para alimentar a usina foi o primeiro resultado positivo das negociações do Governo de Mato Grosso com a Bolívia.
“É uma das maiores empresas do Estado e estamos trabalhando para aumentar a arrecadação e fomentar os benefícios de redução de custos para o consumidor”, explica o presidente da Companhia Mato-Grossense de Gás (MT Gás), Rafael Reis, sobre a retomada do fornecimento para a empresa âncora no consumo de gás natural no Estado.
Entre as 169 usinas termelétricas do país, a Mário Covas está em 8ª colocação na geração de energia, conforme relatório diário do ONS do último dia 11. A média de geração diária por termelétricas, de todo o sistema nacional, neste ano, é 9.984,15 megawatts ao dia..
O empreendimento lança a sua produção no Sistema Interligado Nacional (SIN), portanto, não altera diretamente o preço para os consumidores de Mato Grosso, mas pode registrar impacto, dependendo da geração no restante do país, e a demanda nacional. De forma direta, o empreendimento gera ao todo 100 postos de trabalho na Capital.
“A principal consequência é mais segurança energética. Se você tem uma térmica dentro da cidade de Cuiabá e houver qualquer ocorrência nacional, você tem uma eficiência de recuperação de garantia energética muito maior no estado”, informa o diretor corporativo da Âmbar Energia, controladora da UTE de Cuiabá, Rodrigo Zúniga.
O diretor conta ainda que, com a sinalização do Governo de que quer construir um mercado de gás promissor em Mato Grosso, e usar um volume considerável para fornecer gás para indústrias e veículos, com maior firmeza e confiabilidade, é possível atrair investimentos para a construção de outra usina, com até o dobro da capacidade da construção atual.
O Governo está finalizando as tratativas entre a estatal de Mato Grosso e a boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), para que Mato Grosso ofereça a segurança jurídica de um contrato firme – em que a quantidade de gás contratada é efetivamente entregue, sem interrupções.
No último mês, governo estadual assinou o contrato para que a GasOcidente de Mato Grosso Ltda. (GOM) realize o transporte do combustível da Bolívia e possa abastecer a região. A demanda atual levantada pelo Estado é de 5 milhões m³ ao mês do combustível para uso industrial.
Além de alimentar a termelétrica, a retomada do fornecimento de gás deve beneficiar a indústria local com redução do custo de produção, atrair novos empreendimentos gerando assim efeito multiplicador na economia local, e ainda, oferecer em breve à população outros produtos, como o gás natural veicular (GNV), e o gás de cozinha (GLP)