O tenente-coronel da Polícia Militar Otoniel Gonçalves Pinto vai passar por audiência de instrução e julgamento na próxima quarta-feira (29), às 13h30. Otoniel é acusado de matar um criminoso, identificado como Luanderson Patrik Vitor de Lunas, logo após ele participar de um assalto à casa do militar, em novembro de 2023. A decisão é da juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá.
O militar foi denunciado pelo promotor de Justiça Vinicius Gahyava Martins, da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá, que ainda pediu que o tenente-coronel pague uma indenização para os familiares do criminoso, a título de “reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos”.
Na decisão, a magistrada descartou a hipótese de absolvição sumária e determinou o prosseguimento do processo, com a posterior designação da audiência.
De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Estadual, na manhã de 28 de novembro de 2023, o tenente-coronel voltou para casa após deixar os filhos na escola quando foi surpreendido por um criminoso. Armado, o bandido rendeu o militar e anunciou o assalto.
Além de Otoniel, sua esposa e sogro também foram rendidos e mantidos reféns durante a ação criminosa, que só teve um fim quando o militar avisou que em breve uma viatura viria buscá-lo.
Assim que o criminoso deixou o local, Otoniel pegou sua arma funcional e foi atrás do bandido. Ele encontrou o ladrão que o havia rendido junto de Luanderson Patrik Vitor de Lunas, que estava do lado de fora oferecendo assistência para a fuga em um Chevrolet Corsa.
Antes que a dupla conseguisse fugir, o militar efetuou oito disparos contra o veículo. Desses, um atingiu Luanderson na base da cabeça. O disparo rompeu totalmente a medula espinhal, conforme o laudo pericial.
Mesmo atingido, Luanderson dirigiu por mais alguns metros, onde morreu. O veículo em movimento ainda bateu em um Chevrolet Cobalt, cujo motorista nada tinha a ver com o caso.
A denúncia foi aceita pelo juiz Jorge Alexandre Martins Ferreira, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, em julho do ano passado.
Fonte: Repórter MT