Surto de dengue leva Cuiabá a montar Comitê de Prevenção

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Cuiabá já registra aumento de 60% no número de casos de dengue neste ano em comparação ao mesmo período de 2024. Diante desse avanço, a Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS) anunciou, na quinta-feira (9), a reativação do Comitê de Prevenção e Controle da doença.

Conforme dados divulgados pela SMS, somente entre os dias 1º e 8 de janeiro deste ano, a Capital notificou 248 casos da enfermidade. Para a secretária municipal de Saúde, Lúcia Helena Barboza Sampaio, esse número pode ser ainda maior, uma vez que a rede pública enfrenta uma crise de subnotificação ocasionada por fragilidades no sistema de registro dos agravos.

Além da dengue, o comitê tem como principal medida para conter o avanço dos casos da zika e chikungunya na Capital, todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Para alinhar as ações emergenciais, Lúcia Sampaio reuniu com equipes técnicas, gestores de saúde e representantes de outros setores estratégicos.

Entre as medidas discutidas estão a intensificação de mutirões de limpeza, o aumento das visitas domiciliares para identificação e eliminação de criadouros, campanhas de conscientização e o reforço na estrutura de atendimento das unidades de saúde para acolher pacientes que apresentem sintomas das doenças.

A SMS reforça que o comitê terá como foco coordenar e monitorar todas as ações de combate ao Aedes, promovendo a integração entre diversos órgãos municipais e a mobilização da sociedade. “O momento exige uma resposta rápida e organizada”, disse por meio da assessoria. “O comitê terá um papel crucial na definição de estratégias e no acompanhamento dos resultados das ações”, completou.

A Saúde municipal chama a atenção ainda para a necessidade do envolvimento da população, considerado essencial para frear o avanço da dengue e outras arboviroses. “Pequenas ações no dia a dia, como eliminar água parada em recipientes, tampar caixas d’água, limpar calhas e descartar corretamente materiais que possam acumular água, podem prevenir a proliferação do mosquito”, diz.

Ao apresentar sintomas como febre alta, dores no corpo, nas articulações, dor de cabeça, manchas vermelhas pelo corpo e náuseas, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde. “O diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações”, frisa.

A garantia, no entanto, é que apesar do cenário preocupante, a Capital está preparada para atender a população, com as unidades básicas de saúde (UBS) e de pronto atendimento (UPAs) estruturadas para oferecer assistência médica, realizar diagnósticos e iniciar o tratamento dos pacientes com suspeita das doenças.

MINISTÉRIO DA SAÚDE – Em nível nacional, o Ministério da Saúde (MS) anunciou também nesta quinta-feira, a instalação do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para as arboviroses. A intenção é ampliar o monitoramento da dengue, zika e chikungunya orientando a execução de ações voltadas à vigilância epidemiológica, laboratorial, assistencial e ao controle de vetores.

O planejamento e a resposta coordenada serão realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios. Conforme dados do MS, Mato Grosso registrou 309 casos prováveis de dengue na primeira semana epidemiológica de 2025. No mesmo período de 2024, foram registrados 547 casos.

Fonte: Diário de Cuiabá