Suposto líder de facção, W.T. tem prisão mantida; esposa e mais 3 são soltos

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O juiz João Filho de Almeida Portela, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, manteve a prisão de Paulo Witer Farias Paelo, o “W.T.”, de 37 anos. Ele é apontado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) como um dos líderes do Comando Vermelho em Mato Grosso e investigado por supostamente lavar dinheiro do tráfico para a facção.

Na mesma decisão, o magistrado soltou a companheira de W.T., Cristiane Patrícia Rosa Prins e outras duas pessoas: Luiz Fernando da Silva Oliveira e Mayara Bruno Soares Trombim.

As prisões preventivas precisaram ser revisadas já que se passaram 90 dias desde a última avaliação. Eles foram alvos da Operação Apito Final, que apura a existência de um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas fomentado, especialmente, na região do Jardim Florianópolis.

Em sua decisão, o juiz considerou o alto cargo que W.T. supostamente ocupa na facção criminosa. “Desta forma, para resguardar a ordem pública, a manutenção da prisão se faz necessária, pois ‘o suposto envolvimento do agente com organização criminosa revela sua periculosidade, o que justifica a prisão preventiva como forma de garantir a ordem pública’”, diz trecho.

W.T. está preso desde 29 de março de 2024 em um presídio em Maceió (AL). Sua esposa, Cristiane, está detida desde 2 de abril de 2024 na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto, em Cuiabá. O juiz destacou que a mulher não possui condenação com trânsito em julgado, apesar de recentemente ter sido condenada a 10 anos e 8 meses de prisão por organização criminosa e lavagem de dinheiro, em um processo de 2018.

O juiz entendeu que o benefício da liberdade também deveria ser estendido para Luiz Fernando da Silva Oliveira e Mayara Bruno Soares Trombim. “Estende-se o direito à liberdade aos corréus Cristiane Patrícia Rosa Prins, Luiz Fernando da Silva Oliveira e Mayara Bruno Soares Trombim”, diz trecho.

Apesar de soltos, os três deverão cumprir medidas cautelares, como: uso de tornozeleira eletrônica; comparecimento mensal em juízo para informar e justificar suas atividades;) obrigação de manter atualizado o seu endereço; proibição de se ausentar da Comarca sem prévia anuência do juízo; e proibição de manter contato e realizar transações bancárias com os demais investigados.

Operação Apito Final

Em uma investigação que durou quase 2 anos, a GCCO apurou centenas de informações e análises financeiras que, segundo a Polícia Civil, possibilitaram comprovar o esquema liderado por Paulo Witer para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de drogas. Para isso, ele teria utlizado comparsas, familiares e testas de ferro na aquisição de bens móveis e imóveis para movimentar o capital ilícito e dar aparência legal às ações criminosas.

A operação foi deflagrada em 02 de abril, com a finalidade de descapitalizar a organização criminosa e cumprir 54 ordens judiciais que resultaram na prisão de 20 alvos, entre eles o líder do grupo, identificado como tesoureiro da facção, além de responsável pelo tráfico de entorpecentes na região do Jardim Florianópolis, onde ele montou uma base para difundir e promover a facção criminosa agindo também com assistencialismo por meio da doação de cestas básicas a eventos esportivos.

A investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado apurou que o esquema teria movimentado R$ 65 milhões na aquisição de imóveis e veículos. As transações incluíram ainda criação de times de futebol amador e a construção de um espaço esportivo, estratégias utilizadas pelo grupo para a lavagem de capitais e dissimulação do capital ilícito.

Fonte: RD News