Suplentes brigam por vaga na AL; empresário fala em infidelidade

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Dupla filiação do pecuarista Gilberto Cattani abriu margem para segundo suplente requerer vaga

A morte do deputado estadual Silvio Fávero (PSL), no sábado (13), em decorrência de complicações da Covid-19, fez com que o primeiro e segundo suplente do parlamentar entrassem em um cabo de guerra para assumir a cadeira vaga no Legislativo.

Primeiro suplente de Fávero, o pecuarista Gilberto Cattani saiu do PSL no ano passado e se filiou ao PRTB para disputar a eleição suplementar ao Senado na então chapa do empresário Reinaldo Morais (PSC).

Para o segundo suplente da chapa, o empresário Emílio Populo da Viação Juína (PSL), a saída do pecuarista dá direito a ele assumir a cadeira de Fávero.

Para isso, ambos estiveram na manhã desta segunda-feira (15) na Assembleia Legislativa para conversar com o presidente da Casa, deputado Max Russi (PSB).

Populo chegou a protocolar um pedido para tomar posse imediata na Assembleia.

“Muita infidelidade”

Populo afirmou que no registro partidário de Cattani, que consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mostra que o pecuarista não pertence mais ao quadro do PSL e sim do PRTB.

Para ele, a saída de Cattani foi interpretada como infidelidade partidária.

“Se tinha interesse em ocupar a vaga por que saiu do partido? Agora, o camarada participou de eleição para Senado em outro partido, usou fundo partidário, tempo de televisão, protegeu outro partido, foi a favor do outro partido, viu que não deu e volta ao PSL?”, questionou.

“Como se fosse a esposa de um marido traído e rico. Saí, curte a vida, e diz: ‘Vou voltar para ele de novo, porque ele tem dinheiro’. Não. Eu não tenho dúvidas que sou o primeiro suplente. Só eu estou registrado e estou aqui brigando por isso”, afirmou Populo à imprensa.

O empresário ainda garantiu que, caso a Casa de Leis dê posse ao pecuarista, irá ingressar com uma ação na Justiça Eleitoral.

“Se ele não tivesse saído do partido estaríamos aqui o abraçando e dizendo: ‘Parabéns. Mas, infelizmente, ele traiu o partido. Se alguém me trair, eu não vou ser amigo”, disse.

“Estou no PSL”

Já Cattani garantiu que está filiado na sigla de Fávero desde fevereiro deste ano. Segundo ele, após a eleição suplementar, que ocorreu em novembro de 2020, houve um mal-estar e ele começou as conversar para retornar ao PSL.

Assim, em fevereiro deste ano, protocolou seu retorno à sigla. Segundo ele, entretanto, o sistema do TSE ainda não modificou sua situação partidária.

“É pacífico [a saída e retorno a sigla]. Saímos com um objetivo, comunicamos o partido e logo após as eleições passadas voltamos a conversar. Da minha parte não vejo dificuldade. Sou primeiro suplente e devo isso aos 11 mil mato-grossenses que confiaram em mim. E por isso estamos seguros”, afirmou.

A posse do suplente de Fávaro está agendada para ocorrer na manhã desta quarta-feira (17).

A reportagem apurou que extraoficialmente a Procuradoria-Geral do Legislativo já teria se manifestado que – por direito – a vaga é de Cattani. A questão sobre infidelidade partidária do pecuarista, caso seja apontada, deverá ser julgada pela Justiça Eleitoral.

Fonte: MidiaNews