A estrutura construída sobre o Rio Cuiabá, no Bairro Ribeiro do Lipa, foi construída em 1969 durante o governo de Pedro Pedrossian, oito anos antes da divisão de Mato Grosso. No entanto, só começou a funcionar em 1970 e, desde então, nunca mais parou.
Essa tubulação transporta água para ser tratada e, em seguida, distribuída para a maior parte da população da capital.
O primeiro abastecimento de água para a população da cidade aconteceu em 1790 e ficou conhecido como Chafariz do Rosário, pois era localizado dentro de uma chácara, onde, atualmente, fica a Igreja do Rosário e São Benedito, em Cuiabá.
Além dos poços nos quintais de casas e chácaras, o município era abastecido por chafarizes e bicas. Alguns deles ainda resistem ao tempo, como o que está localizado na Praça Ipiranga e na Praça Bispo Dom José, no Centro de Cuiabá.
Caixa d’água velha
A caixa d’água velha, um dos pontos turísticos da cidade, é uma obra de engenharia construída em 1882. Ela possui uma estrutura em arcos romanos, sem o uso de cimento ou ferro, erguida em pedras canga, cristal e argamassa.
“A água que chegava na caixa d’água velha era aduzida da beira do Rio Cuiabá, localizada na Hidráulica do Porto, e seguia pela Rua Comandante Costa até chegar na caixa”, explica a historiadora Neila Barreto.
Segundo a historiadora, havia dois motores que energizavam a água para que chegasse até a caixa d’água. “Apesar disso, para chegar até a cidade, ela tinha que seguir pela gravidade”, disse.
Com o crescimento da cidade, a caixa d’água não dava mais conta de atender a população. Foi então que a capital ganhou a primeira estação de tratamento de água construída pelo então governador e depois pelo interventor federal Júlio Müller.
Conhecida inicialmente como torre de água e depois engenheiro José Brunello Bombana, no começo a água era trazida do Rio Cuiabá ainda na região do Porto. A caixa funciona até hoje na Avenida Presidente Marques. Muitos dos equipamentos são da época da inauguração.
“Ela entrou em operação em 1945 e está operando até essa data com 127 litros por segundo”, revelou o engenheiro da concessionária de água Édio Ferraz Ribeiro.
Na região, também continua funcionando o primeiro laboratório para controle da qualidade da água no estado. “Estamos fazendo algo determinado pelo Ministério da Saúde, que é o controle de qualidade total do produto que colocamos à disposição do consumidor”, ressaltou.
A professora Eliana Rondon, pós-doutora em recursos hídricos, acredita que o manancial de abastecimento que é Rio Cuiabá, é bastante expressivo, mas há necessidade de uma política de preservação para garantir a melhor água potável nas casas.
Diariamente, nossos rios recebem uma quantidade de poluentes muito grande. Então no tratamento da água, não podemos estacionar onde estamos, precisamos avançar e ter tratamentos terciários que busquem garantir essa qualidade da água”, pontuou.
Fonte: G1 MT