Sete aeronaves são apreendidas em repressão ao tráfico

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Sete aeronaves foram abatidas no espaço aéreo mato-grossense por transporte de carga ilícita, sendo que seis trafegavam com drogas e uma com agrotóxicos.

Os dados são referentes ao período de janeiro a 3 de agosto, as apreensões são resultantes da atuação das forças policiais da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) e de órgãos federais.

Em 2019, não houve apreensões de aviões. Já em 2018, foram sete unidades retidas.

Em pouco mais de sete meses, foram apreendidas quase duas toneladas de drogas em voos clandestinos que entraram o território de Mato Grosso, o que resultou em prejuízo ao crime no valor de aproximadamente R$ 45 milhões.

A primeira apreensão de aeronave ocorreu em março, no município de Juscimeira (157 km ao Sul de Cuiabá). Uma aeronave com mais de meia tonelada de droga pousou em uma fazenda e fez o descarregamento em uma área de plantação de eucaliptos.

Equipes das forças de segurança chegaram ao local e conseguiram apreender o avião modelo Baron B-58 PT-LJY. Na ação, o piloto foi preso.

Já a apreensão mais recente foi realizada no dia 2 de agosto, em Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá).

Dentro da aeronave tinha uma carga de 487 kg de drogas.

Outro helicóptero foi apreendido em Coxim (MS). Participaram da ação as unidades do Centro Integrado de Operações Aéreas (Cioaper), Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron), Polícia Judiciária Civil (PJC) e Polícia Federal (PF).

Mato Grosso tem uma extensão de 983 quilômetros de fronteira, seca e alagada, com a Bolívia. E neste percurso, há inúmeras tentativas de tráfico de drogas por terra e pelo ar.

Frente a esta demanda, a Sesp tem empenhado esforços para combater os crimes transfronteiriços com ações repressivas. Uma das alternativas é o emprego das aeronaves do Ciopaer, na identificação de aviões que utilizam rotas alternativas.

“O resultado que já obtivemos neste ano é reflexo do aperfeiçoamento da integração das forças de segurança, a disponibilidade de recursos para nossa unidade para realizar missões em toda extensão da fronteira e a expertise dos nossos profissionais para o combate ao tráfico internacional de drogas”, disse o coordenador do Ciopaer, coronel PM Juliano Chiroli.

ATIVIDADE REVERSA – Ainda segundo Chiroli, do total das seis aeronaves apreendidas neste ano com entorpecente, três passaram a integrar a frota do Ciopaer e foi iniciado o trâmite para solicitar um helicóptero.

O coordenador explicou que, após a apreensão da aeronave, é feita uma análise da documentação do bem, as condições técnicas e análise jurídica da apreensão.

Com todas estas condições favoráveis, é elaborado um relatório e entregue na Vara da Justiça Federal, onde tramita o processo. Em seguida, o Ministério Público envia a manifestação.

Atualmente, o Ciopaer conta com seis aeronaves de asas fixas e três helicópteros.

“A cada novo avião que recebemos destinamos um antigo para leilão. E dos recursos garantidos nesta modalidade, o valor retorna para investimento na unidade. Duas aeronaves já foram arrematadas e temos mais uma que irá a leilão em breve”, disse o oficial.

FRONTEIRA – Do total de apreensões de aeronaves no Estado, o Gefron integrou forças em cinco operações.

Outras quatro foram de ações junto aos órgãos federais, Força Aérea Brasileira (FAB) e Polícia Federal, na repressão ao crime de tráfico internacional de drogas.

No período de janeiro a 4 de agosto de 2020, o grupamento já apreendeu mais de 6,8 toneladas de drogas. O total é 87% maior ao que foi apreendido no mesmo período do ano passado, quando somou mais de 3,6 toneladas.

O coordenador do Gefron, tenente-coronel PM Fábio Ricas, disse que o aumento nas apreensões de entorpecentes se deve à intensificação do trabalho repressivo, de investigação e inteligência.

“Nossa fronteira é extensa e com características exclusivas, a exemplo do vazio demográfico, área rural, 28 municípios e a presença de três biomas: Pantanal, Cerrado e Floresta Amazônica. Temos atuado fortemente no enfretamento aos crimes transfronteiriços, e de forma integrada com outras forças, estaduais e federais. Outro fato que contribui para a abrangência deste trabalho é o aprimoramento dos profissionais”, disse.

Ainda segundo o coordenador, o trabalho do Gefron tem que ser preciso, pois os traficantes utilizam rotas alternativas, denominadas “cabriteiras”, para a passagem de entorpecente.

Outro objeto utilizado como moeda de troca é o automóvel.

De janeiro a 4 de agosto deste ano, já foram recuperados 198 veículos.

No mesmo período do ano passad,o foram 132. Também em 2020, já foram apreendidas nove armas de fogo, contra uma em 2019.

Fazem parte das forças de segurança de Mato Grosso a Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Gefron, Ciopaer, Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Sistema Penitenciário e Sistema Socioeducativo.

Fonte: Diário de Cuiabá