O Primeira Página antecipa e traz um compilado de opiniões dadas por especialistas aos jornalistas Ianara Garcia e Tiago Terciotty, além de levar ao leitor a possibilidade de entender a sistemática da cidade, desde o momento em que ela surgiu ate os dias atuais. Cuiabá tem três séculos de história e está em plena expansão com mais de 600 mil habitantes, de acordo com o último levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O crescimento é bom mas precisa ser planejado, e é aí que entra o Plano Diretor, que estabelece regras e orienta o desenvolvimento da cidade, considerando o Meio Ambiente, o transporte, habitação e serviços de saúde, além de toda infraestrutura e serviços necessários. No entanto, em Cuiabá esse plano ao é atualizado desde 2007.
Renivaldo Nascimento é secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano Sustentável. Ele reconheceu o atraso na atualização do Plano Diretor e afirmou que o projeto deveria ter passado por estudos desde 2016. Enquanto esse novo Plano Diretor não fica pronto, voltamos no tempo pra entender como Cuiabá surgiu e porque pensar no crescimento da cidade é tão importante.
Nos séculos 18 e 19 o Centro de Cuiabá se resumia em três ruas; a de baixo, a de cima e a do meio. Hoje, elas se chama Galdino Pimentel, Ricardo Franco e Pedro Celestino. Em meados do século passado, a população era de 50 mil pessoas e, claro, como reflexo de um início sem panejamento, a capital enfrenta problemas como acessibilidade e trânsito.
Conforme o historiador e pesquisador João Carlos Vicente Ferreira, Cuiabá tem a sua formação baseada primeiro em São Gonçalo Velho, ainda no século 17 e na Furquilha – confluência dos rios, Mutuca e Coxipó. “Descobriu-se muito ouro, aí veio o garimpo com centenas pessoas. Acabaram-se as pepitas e esse pessoal que saiu São Gonçalo Velho e Furquilha afluiu todo para Cuiabá”.
Conselheiro do Crea-MT (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, André Luiz Schuring explica que Cuiabá não foi pensada para ser uma cidade. “A cidade surgiu de uma lavra garimpeira, que era uma coisa de passagem, uma coisa muito rápida. E que ninguém imaginava que aquilo ia tornar-se o que hoje é a nossa cidade. E esse fato é extremamente é casuístico, que fez com que tudo fosse sem planejamento algum”.
Distância dos Portos
Cuiabá passou por momentos difíceis, em especial por causa da distância dos grandes centros urbanos e dos Portos de ancoragem dos navios mercantes. “Cuiabá era um lugar a ser alcançado. Ele era um lugar que nos séculos 18 e 19, e até a década de 1930 era muito difícil você vir aqui por terra. O caminho era o fluvial. Cuiabá se tornou capital em 1835”, disse João Carlos.
Essa história fez com que a formação de Cuiabá virasse uma “bola de neve” em função do movimento migratório das décadas de 60 e 70. Dando um salto no tempo, temos Cuiabá com 303 anos e com vários projetos em andamento na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Projetos que precisam seguir algumas regras, já que toda obra de infraestrutura, engenharia e arquitetura, necessariamente, segue parâmetros normativos e técnicos.
As regras do Plano Diretor não podem ser aplicadas nos espaços já criados, mas adaptações e melhorias são possíveis, sim! Uma cidade inteligente e harmoniosa precisa de planejamento e respeito a todos e tudo que a compõem.
Sobre a série “Planejamento Urbano”
Responsáveis pelas reportagens, os jornalistas Ianara Garcia e Tiago Terciotty irão expor a série que é dividida em cinco temas principais: uso e ocupação de solo; mobilidade urbana – focada no trânsito; mobilidade – com foco em acessibilidade e futuro do Centro Histórico de Cuiabá.
A série terá duração do dia 13 ao dia 17 de fevereiro, e foi lançada no Primeira Página domingo (12) e no Bom Dia Mato Grosso na segunda-feira (13), às 6h, onde será exibida a grande reportagem. Em seguida, na rádio Centro América FM (99,1) às 6h30.
Os telejornais MT1, às 10h45, e MT2, a partir das 18h10, também trarão informações sobre os assuntos, com repercussão de autoridades políticas ligadas ao tema em questão.
Fonte: Primeira Página