O secretário municipal de Finanças de Acorizal (62 km de Cuiabá), Arcilio Jesus da Cruz, foi preso na manhã desta quinta-feira (18), durante busca e apreensão na casa dele, no âmbito da Operação Dígito 8, que investiga uma organização criminosa que fraudava pagamentos de guias de arrecadação via QR Code PIX, explorando uma vulnerabilidade do sistema bancário.
Durante o cumprimento das buscas na residência do secretário, foi localizado dentro de um guarda-roupas, um revólver calibre 22, com oito munições intactas, além de seis munições calibre 38 e uma calibre 50, que estavam em uma cômoda em outro quarto. Por causa do armamento, Arcilio e o filho dele, que também se chama Arcilio, foram presos em flagrante.
A operação, que é coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal, ainda teve alvos em São Paulo, Santa Catarina, Minhas Gerais, Bahia, Maranhão, Amapá, Goiás e Rio de Janeiro. Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão.
As ordens judiciais foram expedidas pela Terceira Vara Criminal de Brasília. Entre os crimes investigados estão invasão de dispositivo eletrônico, furto mediante fraude, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, a atividade criminosa ocorreu entre os dias 7 e 31 de janeiro. Durante esse período, os investigados inseriram códigos de barras de guias válidas, mas adulteraram o QR Code PIX para valores significativamente menores, causando um prejuízo de R$ 21 milhões.
Segundo o delegado Eduardo Dal Fabbro, da PCDF, esse dinheiro era dividido entre os membros da organização e “patrocinavam” festas luxuosas, carros importados e viagens caras.
As investigações apontaram que fraude foi orquestrada por quatro núcleos distintos: núcleo operacional, responsável por explorar a vulnerabilidade e efetuar os pagamentos; núcleo de prefeituras, atuava na emissão das guias fraudulentas e repasse das verbas (Prefeituras de Morros (MA), Ubaitaba (BA), Serra do Navio(AP), Jacinto (MG), e Acorizal (MT) estiveram envolvidas); núcleo de intermediadores, facilitou a comunicação entre o núcleo operacional e as prefeituras; núcleo financeiro, utilizou empresas para permitir a retirada dos recursos ilícitos das contas das prefeituras.
O nome da operação faz referência à espécie de guia utilizada pelos criminosos para subtrair dinheiro da instituição financeira.
Fonte: Repórter MT