Sampaoli diz que caso Pedro está resolvido, mas não o confirma contra o Cuiabá

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O Flamengo venceu por 1 a 0 a partida de ida das oitavas de final da Libertadores contra o Olimpia, na noite desta quinta-feira, no Maracanã, mas um assunto sem relação ao jogo dominou a entrevista de Jorge Sampaoli: o caso de agressão a Pedro. O técnico argentino disse que o assunto foi resolvido, definiu o atacante como “minha gente” e afirmou que tem de protegê-lo.

Pedro foi agredido com um soco pelo então preparador físico Pablo Fernández – este pediu demissão após o ocorrido, sábado, em Belo Horizonte. Pedro, por faltar ao treino de segunda-feira, foi punido pela direção e, por isso, não ficou à disposição do treinador para o confronto pelo torneio sul-americano.

Depois da partida, em concorrida entrevista coletiva, Sampaoli foi questionado pela primeira vez sobre o tema – havia se manifestado apenas por uma nota oficial. Reconheceu o erro do seu ex-integrante da comissão técnica:

– Me expressei publicamente sobre um fato pontual de duas pessoas. O que Pablo fez foi lamentável, teve que deixar o clube. Sempre que tenho que falar com meus companheiros de trabalho, eu falo da porta para dentro. Então, o tema está resolvido, não tenho nada mais a falar sobre isso.

Jorge Sampaoli em Flamengo 1 x 0 Olímpia, pela Libertadores — Foto: André Durão

Jorge Sampaoli em Flamengo 1 x 0 Olímpia, pela Libertadores — Foto: André Durão

No transcorrer da coletiva, com as perguntas sendo repetidas, Sampaoli deu mais pistas sobre o que pensa. Porém, não foi claro se ainda conta com Pedro para a sequência da temporada.

– Todas as pessoas que trabalham comigo no Flamengo são minhas pessoas. Pedro é minha gente. Eu tenho que proteger o Pedro e resolver toda situação da porta para dentro. Jamais falaria de um jogador meu. Pedro não jogou hoje porque o clube determinou uma suspensão, amanhã será parte do grupo e, se estiver em condições, poderá jogar ou não no domingo (contra o Cuiabá) – comentou o treinador.

Ao falar diretamente de Pablo, um velho amigo que deixou o clube, o treinador voltou a dizer que lamentava muito por tudo que havia acontecido.

– Considero uma situação isolada. Pablo é um companheiro de caminhada que cometeu um erro e pagou por isso. Mas é um fato que está acima de mim. O que eu pretendo sempre é deixar um legado futebolístico nos lugares em que estou e para isso vim. Vim num momento em que o clube vivia uma grande crise institucional e futebolística. Vamos resolvendo as situações futebolísticas. Me doeu muito o que aconteceu, mas temos que seguir – afirmou.

Quando foi confrontado numa quarta pergunta sobre o tema, mas dessa vez mais diretamente sobre “covardia psicológica”, termo usado por Pedro para se referir o que enfrentava no dia a dia, o técnico do Flamengo se esquivou, mas disse que o atacante precisa “resolver seus sentimentos”

– Ele sabe o sentimento que tem e terá que resolver. Somos adultos e cada um terá que resolver seus sentimentos. Não posso falar pelos outros – afirmou o treinador rubro-negro.

Gerson se incomoda, e Bruno Henrique diz: “Lamentável”

Antes da partida de volta da Libertadores, porém, o Flamengo volta a campo no próximo domingo, às 20h (de Brasília) para o confronto diante do Cuiabá na Arena Pantanal, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Rubro-Negro está na vice-liderança, com 31 pontos conquistados.

Também na saída da partida, o meia Gerson se incomodou em tratar do tema e minimizou o caso, ao interceptar a pergunta de um repórter.

– Desculpe te cortar, mas isso já está resolvido. Não tem o que falar, a direção já resolveu. Não tem o que ficar falando de uma coisa que já se resolveu. Vocês ja sabem tudo que aconteceu. Não tem mais o que falar. Desculpa, mas já está resolvido – disse o jogador do Rubro-Negro.

Autor do gol da partida de ida das oitavas de final da Libertadores, Bruno Henrique se mostrou chateado com o episódio e lembrou que o clube deve ser exemplo dentro do futebol.

– Foi lamentável (o que aconteceu). O Flamengo é um grande exemplo no futebol, não poderia ter acontecido. Poderia ter acontecido com qualquer um. A gente está focado em fazer o melhor. É ter cabeça no lugar. A semana foi triste e conturbada, mas nada tirou o foco. Temos de seguir em frente para conquistar os nossos objetivos – apontou Bruno Henrique. (GE)