Reitor expõe situação do zoológico pedindo ajuda à população para alimentar animais

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Um lugar que já foi um dos pontos turístico na Capital e chegou a abrigar mais de mil animais de diversas espécies nativas do Cerrado e do Pantanal mato-grossense, o antigo zoológico está com a situação financeira dramática, a ponto de depender apenas de doações. Segundo o reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), professor Evandro Aparecido Soares da Silva, o custo geral do zoológico é em torno de R$ 1 milhão mensal e, com o caixa zerado, a alternativa que teve foi buscar ajuda da população e de ONGs.

Isso porque o Ministério da Economia anunciou, no dia 22 de novembro, um novo bloqueio do orçamento, no valor de R$ 5,7 bilhões, e isso inclui o corte de verba às instituições federais em todo o Brasil, assim como em Mato Grosso.

Fechado há 2 anos, o local que abriga cerca de 300 animais atualmente não pode ser mais chamado de zoológico e passou a ser o Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (Cempas). Com aproximadamente 11 hectares, a área é a mesma quando era aberta ao público, no entanto, com menos animais para não só diminuir os custos, como também melhorar a sobrevivência dos bichos.

“Hoje, temos cerca de 300 animais, muitos foram distribuídos pelo Brasil, alguns em zoológicos com o habitat maior e melhor para o devido animal, como, por exemplo, tínhamos uma ave linda aqui que corre risco de ser extinta, a área que ela ficava era muito pequena e isso acaba afetando a vida do animal. Além do mais, não temos dinheiro, não temos nada em caixa para manter esses animais e por pouco nem para os funcionários que cuidam deles, como veterinários, etc”, explicou o reitor.

Atualmente, além dos animais que já vivem no local, o Cempas recebe muitos animais resgatados – principalmente em época de queimadas, animais que são encontrados machucados -, ou até mesmo entregues voluntariamente por moradores e, depois, são reabilitados para serem encaminhados novamente ao meio ambiente.

Alguns desses animais não devem ou não podem ser soltos, como duas onças-pintadas, de 25 anos de idade, duas jaguatiricas, papagaios e uma pequena população de animais do Cerrado, como pacas e cutias.

O gasto semanal com comida dos animais chega a somar em torno de R$ 30 mil, com verduras e carnes. Por exemplo, a jaguatirica que vive no Cempas consome por dia 600 gramas de carne, os 80 catetos que consomem o dia inteiro hortifrutis, além de cerca de 70 exemplares de jacarés que comem os pescados. Inclusive, os jacarés são a maior população dentro do Cempas. 

Para que os animais sobrevivam e consigam manter a alimentação em dia, o Cempas está contando com a ajuda de campanhas de arrecadações de ONGs de Cuiabá, que é o caso do “É o Bicho MT”.

“Quando recebemos a informação do corte de verba, imediatamente começamos fazer a gestão da campanha. Nenhuma vida merece passar fome. Por ora, a ajuda que precisamos é para a divulgação da campanha de arrecadação de valor para a aquisição de alimentos aos animais silvestres”, disse a presidente e fundadora da Associação É o bicho MT, Jenifer Larrea.

As doações de qualquer valor podem ser feitas por meio de Pix: CNPJ 42.442.070/0001-40.

Fonte: Hipernotícias