O líder indígena brasileiro e residente de Mato Grosso, cacique Raoni Metuktire, confessou nesta quarta-feira (12) que conversou o presidente Lula (PT) e da França, Emmanuel Macron, pedindo ajuda para impedir a exploração de petróleo e mineração em terras indígenas na Amazônia. As informações são da Agência Brasil.
A fala foi realizada durante a “barqueata” que integra a programação da Cúpula dos Povos, evento paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). “Eu falei com o presidente Lula para ele não procurar petróleo aqui. Vou continuar cobrando. Penso em marcar um novo encontro com ele para falar sobre isso. Temos que ser respeitados”, discursou.
No fim de outubro, a Petrobras obteve a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar operação de pesquisa exploratória na Margem Equatorial, na foz do Rio Amazonas, região norte do país, que é apontado como novo pré-sal devido ao seu potencial petrolífero.
Contudo, a exploração é criticada por ambientalistas, preocupados com possíveis impactos ao meio ambiente. Entretanto, o governo argumenta que a licença foi técnica e rigorosa. Raoni, que é reconhecido mundialmente por sua luta pela preservação da Amazônia e pelos direitos dos povos indígenas, alertou que o Brasil tem responsabilidade com o mundo: “Precisamos cuidar do planeta. Se continuar o desmatamento, nossos filhos e netos vão ter problemas sérios. O nosso território garante a respiração do mundo inteiro”.
“Quando encontro autoridades lá fora do país, nenhuma me oferece dinheiro em troca de madeiras no meu território, nenhum me oferece dinheiro em troca de minérios no meu território. Mas eu os cobro diretamente. Ninguém deve comprar nossas terras ou nossas madeiras. Preciso falar para que nosso território seja preservado e respeitado para a gente viver bem nas nossas terras”, comentou.
A Cúpula dos Povos seguirá ate o dia 16, debatendo sobre a soberania alimentar, transição energética, enfrentamento ao extrativismo fóssil, governança participativa, racismo ambiental, direito à cidade e mitigação e adaptação das cidades com interseccionalidade de gênero, raça, classe e território. (RD News)









