A avaliação desfavorável se destacou, especialmente, na percepção do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Após um avanço substancial entre maio e julho, a avaliação positiva sobre o ministro recuou quase 20 pontos, passando de 65% para 46%. A avaliação negativa subiu 12 pontos no mesmo período, de 11% para 23%, e a avaliação regular cresceu 7 pontos, indo de 24% para 31%.
Outro ponto alarmante é a visão do mercado sobre a política econômica. A parcela que acredita que a política econômica está na direção errada aumentou 19 pontos percentuais, passando de 53% para 72%, enquanto aqueles que a veem na direção certa diminuíram de 47% para 28%. Isso impactou a expectativa de melhora da economia nos próximos 12 meses, que caiu de 53% para 36%. Por outro lado, a proporção dos que preveem piora subiu de 21% para 34%.
Para 57% dos entrevistados, o principal problema que dificulta a melhora da economia é a falta de uma política fiscal eficaz, um aumento considerável em relação aos 45% registrados em julho. Outros pontos mencionados incluem interesses eleitorais (22%), baixa escolaridade e produtividade da população (15%) e alta taxa de juros (6%).
A pesquisa ouviu 87 profissionais de fundos de investimentos sediados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Além disso, mostrou que 95% do mercado financeiro não acreditam que o governo conseguirá zerar o déficit primário no próximo ano. Apenas 5% dos entrevistados têm expectativas de que a meta fiscal será cumprida em 2024. Em relação às medidas anunciadas pelo governo para aumentar a arrecadação em 2024, apenas 14% acreditam que serão suficientes para zerar o déficit nas contas públicas. Em contrapartida, 86% acreditam que a meta fiscal será descumprida independentemente dessas medidas. As medidas mais viáveis para aprovação no Congresso, segundo os entrevistados, são a taxação de fundos exclusivos (46%) e o fim da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio (27%).
Caso o pacote de aumento das receitas não seja aprovado, 53% do mercado espera que o governo adote novas medidas com efeito imediato para aumentar a arrecadação. Outros 37% preveem o abandono da meta de déficit zero, e 10% acreditam que o governo optará pelo aumento das alíquotas de impostos. A incerteza sobre o rumo econômico gera preocupações no mercado financeiro, refletindo-se em avaliações desfavoráveis e incertezas sobre o futuro econômico do país.
Fonte: Folha do Estado