Depois de uma campanha tímida no primeiro turno, o presidente Lula (PT) vai intensificar a agenda eleitoral para o segundo turno. Em Cuiabá, onde o deputado estadual petista Lúdio Cabral passou para o segundo turno, Lula não vem.
A informação é do portal UOL, em um levantamento sobre a participação ativa do presidente da República na campanha eleitoral, depois de registrar ausências em várias cidades onde o PT disputou o primeiro turno.
Segundo o portal, com um crescimento na reta final de Lúdio em Cuiabá, a presença de Lúdio em uma cidade também bolsonarista, deixando para trás o candidato do governador Mauro Mendes (União), foi uma surpresa.
A avaliação é que a presença do presidente não ajudaria o candidato petista.
Enquanto isso, o adversário de Lúdio na disputa, o deputado federal Abilio Brunini (PL), torce pela vinda de Jair Bolsonaro (PL) a Cuiabá.
Após votar em um colégio da capital, no domingo (6), o bolsonarista deu como certa a visita do ex-presidente, mas a cúpula nacional do PL não confirmou.
POLARIZAÇÃO – No primeiro turno, o presidente foi apenas a três cidades. Agora, o objetivo é que dê pelo menos uma passada nas cidades em que o PT e aliados ainda estão na disputa, em especial se for contra um candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As idas podem ser parte da campanha ou institucionais.
A avaliação do Governo é que, mesmo que não vá a eventos eleitorais propriamente ditos, só a presença do presidente já reforça as chapas interessadas, em especial em cidades onde ele venceu em 2022, como Fortaleza e Natal.
Lula “vai estar presente naquilo que é possível enquanto presidente da República”, disse o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, após se reunir com Lula nesta segunda (7). Ele minimizou as derrotas sofridas pelo governo.
VIAGENS PROGRAMADAS – Os compromissos já começam nesta semana.
O presidente deve ir a Fortaleza na quinta (10), para um evento de educação, e a Belém na sexta (11), para uma reunião sobre a COP30, e no sábado (12), quando participa da celebração católica de Círio do Nazaré.
Hoje, diz o Governo, Lula segue com um candidato em cada uma dessas cidades.
Em Fortaleza, apoia Evandro Leitão, nome da aliança com o governador Elmano de Freitas (PT) e o ministro da Educação, Camilo Santanta, contra o bolsonarista André Fernandes (PL).
A capital cearense é a maior cidade em que o PT lançou candidato.
Lula participou do lançamento da candidatura de Leitão, única a ele ir fora de São Paulo, e, com alguns reveses, se tornou um norte para o partido sobre as eleições deste ano.
Se retomar uma capital tão relevante, a situação é atenuada. Se perder, pode ser considerado um desastre.
Em Belém, Lula passará a apoiar o candidato do governador Helder Barbalho (MDB).
Próximo ao Governo, Barbalho lançou o deputado estadual Igor Normando (MDB-PA) contra o prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), apoiado pelo PT, que acabou em terceiro.
Ele vai para o segundo turno contra o também bolsonarista Delegado Élder Mauro (PL-PA).
Na semana que vem, já deve ir a Porto Alegre para reinaugurar o Aeroporto Salgado Filho.
Na cidade, a deputada Maria do Rosário (PT) desafia o prefeito Sebastião Melo (MDB), apoiado por Bolsonaro.
Mesmo com baixas chances de vitória, um crescimento da na capital gaúcha seria relevante para o partido.
Neste segundo turno, Lula também irá apoiar a reeleição de Fuad Noman (PSD) em Belo Horizonte.
Com o deputado Rogério Correia (PT-MG) derrotado e ficando em quinto na capital mineira, o presidente deve endossar o candidato do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), contra mais um bolsonarista, o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG).
Só do PT, são 13 segundos turnos, incluindo quatro capitais. Além de Fortaleza e Porto Alegre, o partido disputa em Natal, com a deputada Natália Bonavides (PT-RN), e em Cuiabá, com o deputado estadual Lúdio Cabral (PT-MT).
Lula deverá ir à capital potiguar. Com ajuda da governadora Fátima Bezerra (PT), há uma aposta na eleição de Bonavides, mesmo que o deputado Paulinho Freire (União) seja apoiado pelo prefeito Álvaro Dias (Republicanos).
Lula deve intensificar a agenda com Guilherme Boulos (PSol) em São Paulo.
Principal foco do presidente já no primeiro turno, com participação em quatro comícios e gravação de programa eleitoral na casa do deputado, Boulos deverá ser mais uma vez o foco das atenção.
Mesmo sem candidato próprio, São Paulo fica como prioridade. Isso ajuda a reforçar a noção de frente ampla pregada pelo governo.
Na manhã de segunda-feira (7), Padilha minimizou as derrotas do PT, apontando que muitos candidatos da base do Governo seguiram na disputa.
A lógica do Planalto é que, se está em um partido que compõe o Governo, então pode ser visto como uma vitória de Lula —mesmo que esses candidatos, como em Goiânia, Curitiba e São Paulo, sejam de oposição.
“Lideranças que compõem essa frente ampla do Governo, que apoiam o presidente Lula, que apoiaram o presidente Lula no primeiro, no segundo turno das eleições do ano passado [de 2022], derrotaram os ícones da extrema direita”, disse o ministro.
Fonte: Diário de Cuiabá