Professor recrutava alunos para facção dentro de escola em MT

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O Ministério Público de Mato Grosso, por meio da 5ª Promotoria Criminal de Sinop (503 km ao Norte de Cuiabá), denunciou um professor por envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho que atuava dentro do ambiente escolar.

De acordo com a investigação, ele exerça um papel de liderança no grupo, utilizado arma de fogo para facilitar as atividades ilegais e recrutado adolescentes para participar das ações criminosas, incluindo o tráfico de drogas.

O nome do professor não foi divulgado pelo MP.

Conforme o promotor Marcelo Linhares Ferreira, o professor integrou e promoveu uma organização criminosa dedicada à prática de diversos delitos violentos.

Durante as investigações, foi comprovado o envolvimento do acusado – professor à época dos fatos na Escola Estadual Mário Spinelli, localizada em Sorriso (a 80 km de Sinop) -, nos crimes de organização criminosa e tortura mediante sequestro.

Consta ainda que o acusado, conhecido na escola como “Professor do CV”, teria autorizado adolescentes, sob seu comando, a aplicarem um “salve” (suplício corporal) em outros estudantes, em razão de boatos envolvendo membros da facção criminosa.

“Ele (professor) usava as redes sociais para recrutar alunos para o Comando Vermelho, introduzindo-os no tráfico de drogas, o que é um absurdo”, disse Marcelo Ferreira.

Dados extraídos do celular do acusado comprovaram que ele se utilizava da função de professor para aliciar e recrutar alunos adolescentes para o crime organizado.

Inclusive, intermediava o “cadastro” desses jovens como “lojistas” junto às lideranças da facção, para atuarem na comercialização de entorpecentes em favor da organização criminosa.

O homem também se aproveitava da posição de professor para fornecer entorpecentes aos alunos dentro da escola.

“Desta forma, resta evidente que o acusado integrou e promoveu a organização criminosa, assim como praticou o delito de tráfico ilícito de entorpecentes. Observa-se ainda que, após o ‘cadastro’ dos adolescentes, o denunciado mantinha ascendência sobre eles, seja valendo-se de sua posição de professor, seja como ‘padrinho’ na facção, evidenciando sua liderança local”, afirmou o promotor.

No oferecimento da denúncia, o MPMT também se manifestou pela manutenção da prisão preventiva do professor do Comando Vermelho. (Diário de Cuiabá)