Prefeitura pode ter que arcar com multas após cancelamento do Festival 300 anos

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O cancelamento do Festival dos 300 anos, que estava marcado para acontecer nos dias 6, 7 e 8 de abril na Arena Pantanal, pegou de surpresa não só a população, mas também alguns fornecedores e patrocinadores do evento, que já tinham investido em sua realização. Agora, a Prefeitura terá que negociar o máximo que puder para diminuir o prejuízo das multas por recisão de contrato.

“Hoje eu estou recebendo, daqui a pouco, alguns fornecedores de fora do estado, que saíram de lá ontem à noite assim que souberam da notícia. Temos multas contratuais que vamos tentar negociar por conta do cancelamento. Ainda não tenho o valor, porque ainda vamos tentar, começamos a partir de ontem, negociar com esses contratados”, contou o secretário de comunicação da Prefeitura, Junior Leite, ao Olhar Direto.

De acordo com o secretário, alguns fornecedores entenderam a situação. É o caso, por exemplo, do escritório da dupla Zezé di Camargo e Luciano, que não vai cobrar reembolso. “Agora, existem também aqueles fornecedores que demandaram tempo, tiveram projetos, tiveram custos, tiveram os seus empregados e outros fornecedores envolvidos. Então com certeza teríamos que sentar com eles, junto com os patrocinadores, e tentar fazer uma equação pra que a gente possa, também, em virtude de uma decisão da qual não era esperada, não fazermos ter prejuízo”.

“Porque também não é justo, eles acreditaram no projeto, eles estavam vivendo esse projeto dos 300 anos, e também assim como a população cuiabana. Principalmente o cuiabano, aquele que está vivendo os 300 anos nesse momento, foi frustrado, esses fornecedores também foram frustrados por essa decisão repentina e, infelizmente, em cima da hora”, lamentou o titular da pasta, que também já comandou a Secretaria dos 300 anos.

A decisão do cancelamento do Festival veio na quinta-feira (21), depois que o Governo atendeu a notificação do Ministério Público Estadual em razão do temor de que o evento causasse danos ao gramado da Arena. O evento teria shows de Leonardo, Zezé de Camargo, Jota Quest e Chitãozinho e Chororó, dentre outros, com entrada gratuita. Para Junior Leite, no entanto, é impossível simplesmente ‘transferir’ o local da festa.

“O show era um detalhe, era a cereja do bolo. O que os cuiabanos estariam assistindo na Arena Pantanal era um verdadeiro espetáculo de luzes, um verdadeiro espetáculo de tecnologia, um verdadeiro espetáculo de história contada em 3D, mostrando as características e a importância da nossa cultura ao longo dos nossos 300 anos”, afirma. “Não é mudar o show. O show a gente faz todo ano na Orla do Porto, em aniversários, no réveillon, no Carnaval. Os 300 anos de Cuiabá é emblemático. Com um espetáculo da Orquestra Sinfônica… e dessa forma que foi planejada, só daria pra ser na Arena, inclusive em virtude da acomodação do público, pra todo mundo ficar sentado. O evento foi todo programado pra ser assistido de cima pra baixo, e não de baixo pra cima. Ou seja, as pessoas teriam que estar em arquibancadas pra que pudessem assistir ao espetáculo da forma que foi planejado pra ser feito. Não teria condições em apenas dez dias, porque recebemos a noticia ontem, teríamos que mobilizar tudo hoje, que não seria possível, ai viria sábado e domingo, nós teríamos a partir de segunda-feira pra começar a planejar uma programação de 300 anos, que foi planejada há oito meses, é impossível”.

O Festival dos 300 anos teria patrocínio de: Itaipava, Águas Cuiabá, Águas Puríssima, Energisa, Comper, Posto Bom Clima, MRV, MTU, Verde Transportes e vários outros.

Fonte: Olhar Direto