A Prefeitura de Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá) vai propor ao governo de Mato Grosso a construção de um hospital de campanha para atendimento dos pacientes da covid-19.
A razão para isso é o estrangulamento da rede de saúde pública no município, o que já vem complicando o atendimento a pessoas que não são vítimas do novo coronavírus.
O assunto foi pauta de uma reunião neste domingo (14) entre o secretário municipal de Saúde, Diógenes Marcondes, a prefeita Lucimar Campos (DEM) e o Comitê de Enfrentamento ao novo coronavírus.
Segundo o secretário, a proposta já foi debatida no passado e uma proposta chegou a ser formalizada para o Exército Brasileiro que, na época, sinalizou positivamente.
“Antes das obras de ampliação do Hospital Metropolitano, chegamos a tratar com o Exército Brasileiro, que viu a possibilidade com bons olhos”.
A avaliação de Diógenes Marcondes é que, hoje, o quadro da covid-19 em Mato Grosso ainda está sob controle, mas em expansão e, por isso, novas alternativas devem começar a ser estudadas.
Pacientes sem covid
Do encontro com a prefeita Lucimar Campos, saiu a decisão de que Várzea Grande fará uma licitação para contratar 10 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Eles serão instalados no Hospital e Pronto Socorro e serão destinados a atender pessoas com outros problemas de saúde, não relacionados à pandemia.
O gargalo para estes pacientes ocorre, segundo informações da Prefeitura, porque Várzea Grande passou a ser uma “cidade retaguarda”, já que os principais hospitais de Cuiabá – a Santa Casa, o São Benedito e o antigo pronto-socorro – foram “reservados” para pacientes da covid-19.
Além dos leitos, o município precisa adquirir insumos, medicamentos e equipamentos de proteção individual para os servidores. O problema, no entanto, é que os preços de mercado já são bem mais altos – “incompatíveis” na classificação da prefeitura – do que os cobrados antes da pandemia.
Mais médicos
E com novos leitos, a Prefeitura de Várzea Grande também deve ter que contratar mais profissionais.
Segundo o município, 95% dos aprovados no último concurso público já foram convocados e até os não aprovados, mas classificados já começaram a ser chamados. Dessa forma, contratos emergenciais com médicos não estão descartados.
A estimativa é que sejam necessários mais de 55 profissionais para operacionalizar os novos leitos. Isso porque são três turnos ininterruptos de atendimento: um trabalho de 24 horas por dia.
Nível laranja
O Comitê de Enfrentamento ao novo coronavírus de Várzea Grande também já sinalizou que deve adotar o novo sistema de classificação dos municípios, criado pelo governo de Mato Grosso. Medidas nesse sentido devem ser adotadas nesta segunda-feira (15).
A avaliação da Prefeitura é que o sistema dá segurança jurídica aos municípios e uniformiza as ações adotadas no Estado todo, ao mesmo em que considera as peculiaridades de cada região.
Segundo os parâmetros do governo do Estado, a própria Prefeitura de Várzea Grande identificou que a cidade deve estar classificada no nível laranja (alto risco), quando as autoridades precisam dar início a um planejamento para adoção de uma quarentena obrigatória por parte da população.
Fonte: O Livre