A Polícia Civil conseguiu elaborar o “organograma” da quadrilha do Novo Cangaço responsável pelos roubos a duas cooperativas de crédito em Nova Bandeirantes, em junho deste ano. Nesta semana, a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) concluiu as investigações sobre o caso, que traumatizou a pequena cidade no Norte do Estado. As informações são do Midianews.
Ao detalhar as investigações, o delegado Vitor Hugo Bruzulato afirmou que o grupo era bastante organizado. Cada membro foi responsável por exercer uma função para que o crime fosse executado.
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A Polícia identificou onze bandidos que atuavam na logística, sendo que dois deles foram presos, dois permanecem foragidos, dois foram indiciados e outros cinco morreram em confronto.
No grupo de logística os integrantes ficaram responsáveis pela maioria do pré-planejamento do crime.
Eles eram encarregados de comprar os armamentos e as munições, conseguir os carros, alugar as casas em Alta Floresta – base da quadrilha -, além de traçar as rotas de fuga e todo mapeamento de Nova Bandeirantes.
Os indiciados só tiveram as iniciais dos nomes revelados, R.F.J. e I.F.J. Já os presos foram Bruno Martins Henrique, detido no dia 29 de junho, e Franklis Souza de Jesus, preso no dia 26. Os dois que ainda são procurados pela Polícia Civil são Marcos Lopes dos Santos e Roni Ferreira de Jesus.
Os investigadores identificaram como cada membro se dividiu nos grupos
Os mortos foram identificados como Romaro Batista de Oliveira, Waldeir Porto Costa, Maciel Gomes de Oliveira e Diego de Almeida Costa.
Diego, morto em confronto no dia 21 de junho, já tinha experiência com o crime na modalidade Novo Cangaço. O criminoso, inclusive, era um ex-militar que usou seus conhecimentos táticos para ajudar a despistar as Forças de Segurança.
Grupo do assalto
A segunda divisão de tarefa foi entre os responsáveis por realizar o roubo nas cooperativas de crédito em Nova Bandeirantes. Como o objetivo era invadir a Sicoob e a Sicred, o Novo Cangaço criou dois subgrupos de atuação com seis integrantes cada.
No roubo à Sicoob, participaram novamente o preso Franklis Souza de Jesus e os mortos em confronto, Maciel Gomes de Oliveira e Diego de Almeida Costa.
Salvador Santos Portela também ficou responsável pelo assalto e foi preso no dia 9 de julho. Já Cristiano de Jesus Nunes, Ronaldo Rodrigues de Souza e Samuel Santos Silva morreram durante troca de tiros com a Polícia.
Cristiano já havia sido preso em dezembro de 2016 por integrar uma quadrilha que roubou a agência dos Correios de Ubaitaba (BA). Já Samuel, conhecido como “Salvador”, tinha registro criminal por roubo.
No roubo ao Sicredi, Diego de Almeida Costa e Waldeir Porto Costa do grupo de logística atuaram novamente. Eles agiram junto com Adailton Santos da Silva, morto em confronto, Ednicio Pereira Cavalcante, preso pela Polícia, e com os foragidos Francimario Conceição Silva e John Lenon Roberto Lira da Silva.
Pouco antes do crime, os bandidos se reuniram para definir a tarefa de cada um nos ataques às corporativas. Armados com fuzis, eles atiraram em dois moradores e assustaram a população de Nova Bandeirantes.
Veja fotos de todos os envolvidos
O grupo de logística mapeou a cidade e organizou o acampamento dos criminosos
Na fuga, os doze assaltantes usaram as vítimas como escudos humanos para escapar sem serem seguidos.
Grupo de Resgate
Após efetuar o roubo nas cooperativas, o plano do bando era que os assaltantes se escondessem na mata para, posteriormente, serem resgatados pelos membros do Novo Cangaço.
A ideia era esperar alguns dias para que a Polícia já tivesse saído da cidade e, dessa forma, eles poderiam escapar sem enfrentar as forças de segurança.
Novamente o foragido Marcos Lopes dos Santos aparece no grupo, junto com o preso Bruno Martins Henrique, do grupo de logística. Além deles, duas pessoas indiciadas foram identificadas pelas iniciais J.S. e B.L.S.M junto com o detido Valdecir Desalles Barboza.
Dois membros do resgate ficaram conhecidos após morrerem no primeiro confronto com policiais do Bope, sendo eles Romaro Batista de Oliveira e o empresário Luiz Miguel Melek.
Ambos faleceram no dia 10 de junho enquanto tentavam fazer o resgate. A família do de Luiz Miguel, que morava em Alta Floresta, chegou a alegar que ele havia sido assassinado por engano.
No entanto, o delegado afirmou que as investigações concluíram que o empresário atuava sim no bando e, inclusive, havia levado comida para os bandidos escondidos antes do confronto com o Bope.
De todos esses envolvidos, a Polícia afirma que a maioria veio da região Nordeste e já tinha passagens criminais por outros diversos crimes. Sendo, alguns deles, já envolvidos com o Novo Cangaço.
A Polícia Civil de Mato Grosso contou com a colaboração da Polícia Civil de Pernambuco para identificar alguns dos integrantes do bando. As prisões e mandados cumpridos foram efetuados em ação conjunta com a Polícia Militar do Estado também.
Fonte: Midianews